Um recente relatório sobre contratações na área tecnológica, tendo por base mais de 80 milhões de empresas, traz péssimas noticias para os recém-diplomados em Portugal, que pensam em emigrar, pois o mesmo revela que a contratação de recém-diplomados caiu mais de 50%. As "culpas" podem ser assacadas à incerteza económica e à inteligência artificial o que está a levar os empregadores a só admitirem contratar diplomados com um mínimo de dois anos de experiência, havendo quase 40% que dizem que preferem antes apostar na inteligência artificial do que contratarem diplomados sem experiência. Em termos de contratações, a preferência principal do mercado de trabalho vai para quadros com elevada experiência: "Right now, the only type of employee anybody’s interested in hiring is a relatively heavyweight senior person who is very technical,” https://sfstandard.com/2025/05/20/silicon-valley-white-collar-recession-entry-level/
Sobre as mudanças nas intenções de contratação nas áreas tecnológicas, também vale a pena revisitar o estudo que divulguei anteriormente, o qual analisou 11 milhões de anúncios de emprego e que confirmou que os empregadores estão agora muito mais interessados em profissionais com efectivas competências reais e bastante menos em diplomas https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/02/examining-11-million-job-postings.html uma situação que se percebe melhor, pelo facto de hoje mesmo o catedrático jubilado Robert Reich, ter defendido no seu blogue, que muitos dos empregos do futuro não necessitarão de uma formação de ensino superior "A four-year college degree isn’t necessary for many of tomorrow’s good jobs"
É claro que o péssimo panorama acima descrito não é idêntico para os jovens diplomados de todas as áreas, desde logo pelo facto da inteligência artificial não afectar de forma negativa todas as áreas por igual e por outro porque na secção de economia da última edição do semanário Expresso, o Bastonário da Ordem dos Engenheiros revelou que na área da engenharia civil, há um défice de profissionais, pois o número de engenheiros que se aposenta a cada ano é superior ao número daqueles que as instituições de ensino superior estão a formar. Tenha-se presente que se trata de um curso que até 2012 aceitava mais de um milhar de candidatos e depois passou a receber apenas poucas centenas https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/09/engenharia-civil-evolucao-de-colocacoes.html
PS - Sobre o importante e predominante tema da inteligência artificial aproveito para actualizar a produção científica (indexada) das instituições de ensino superior de Portugal, ao longo dos últimos dois anos e meio. Vide lista infra, onde se fica a saber que há três universidades (U.Minho, UTAD e UBI) que evidenciaram um elevado crescimento acima de 60%, relativamente à produção científica que tinha sido registada há seis meses atrás https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/instituicoes-de-ensino-superior-que.html Já a nível mundial a universidade que mais produziu nos últimos dois anos e meio foi a conhecida e prestigiada Harvard Medical School com 630 publicações indexadas.
Univ. do Porto...............169 publicações indexadas
Univ. de Lisboa.............126
Univ. do Minho...............82
Univ. de Coimbra...........82
Univ. Nova.....................69
Univ. de Aveiro..............65
ISCTE............................54
UTAD.............................47
Inst. Pol. do Porto..........41
Univ. Beira Interior........36
Inst.Pol. de Bragança....24
Inst. Pol. de Leiria..........22
Inst. Pol. de Lisboa........16
IPCA..............................13
UALG………………....…13
Inst. Pol. de Coimbra.....13
Inst. Pol. de Setúbal.......11
Inst. Pol. Santarém........10
Inst. Pol. de V.Castelo.....8
Inst. Pol. de Portalegre....8
Univ. da Madeira.............8
U.de Évora......................6
Univ. Aberta....................5
Inst. Pol. de Viseu...........5
Inst. Pol. de Tomar..........5
Univ. dos Açores.............4
Inst. Pol. de C.Branco….3
Inst. Pol. de Beja.............2
Inst. Pol. da Guarda........2