sexta-feira, 31 de maio de 2024

Será que o Senhor Ministro das Finanças está efectivamente bom da cabeça ?

Informa hoje o Expresso, em noticia, com direito a chamada na 1ª primeira página no caderno principal, que os planos deste Governo, para aplicar um super-desconto no IRS da "juventude" Portuguesa, até aos 35 anos, de 26% para 8%, vão beneficiar 15 deputados, que por conta disso vão ter um aumento no vencimento de 700 euros líquidos.

Que os jovens deste (miserável) país que tem salários abaixo de 2000 euros, a esmagadora maioria, possam receber um super-desconto no IRS, como forma de evitar que emigrem, nada contra, porém que jovens "sortudos" (e boys e girls a quem amizades politicas garantiram um tacho) que tem salários mensais de 4000 euros, 5000 euros ou até mais, possam por conta desse super-desconto, ficar a pagar uma ninharia em termos de IRS, muitos menos até do que pagam pessoas idosas, que recebem um salário muitíssimo menor, já me parece que é uma proposta injusta (infame) e quando se sabe que a mesma significa uma perda de receita fiscal de 1000 (mil) milhões de euros por ano, então isso parece significar que ela só pode ter partido de alguém que não deve estar bom da cabeça. 

Seja como for, mesmo que por hipótese, houvesse em Portugal, um elevado número de jovens, que ganham mais de 4000 euros por mês e que só estão interessados em continuar a viver neste país, se puderem pagar somente 8% de imposto, então mais vale que partam o mais cedo possível, pois este país dispensa bem essa "juventude" egocêntrica e pedante

PS - É obviamente possível conceber uma reforma fiscal que permita minimizar o imposto sobre os rendimentos do trabalho, porém isso requer coragem para compensar a receita fiscal assim perdida através de um pesado imposto sobre as grandes fortunas. Felizmente que já está em marcha o "quadro mental" que no futuro irá permitir isso mesmo https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/02/universidade-de-utrecth-hipotese-do.html

Declaração de interesses - Declaro que em 12 de Janeiro de 2019, recebi um email pouco simpático do actual Ministro das Finanças, por conta de eu ter criticado (de forma mais ou menos pública) um artigo, no qual ele era co-autor, artigo esse que foi publicado na revista científica Transport Policy, sobre os custos a mais em obras de vias de comunicação, com base em resultados de uma tese de doutoramento defendida na Universidade de Lisboa. Reproduzo abaixo esse email. Não divulgo, por razões óbvias, o conteúdo do email (pouco simpático) que na altura recebi do actual Ministro das Finanças. 



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De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 12 de janeiro de 2019 11:07
Assunto: Mais uma bela tradição Portuguesa___Pagamentos de prémios indevidos
 
Se bem percebi um muito recente e interessante artigo publicado na revista científica Transport Policy com resultados de uma recente tese de doutoramento, defendida na Universidade de Lisboa, sobre os custos a mais em obras de vias de comunicação, parece que lá se defende que o novo Código de Contratos Públicos-CCP deu elevadíssimo contributo para reduzir o empolamento de custos e isto logo num país onde a corrupção tem uma dimensão avassaladora, quase parecendo que o CCP é uma pérola jurídica anti-sobrecusto e anticorrupção de tão elevadíssima qualidade que já devia ter sido patenteada pelos seus autores.
 
Reparei também, que acharam boa ideia, os Colegas nela envolvidos, não citar um artigo de 2017 intitulado "Corruption in public projects and megaprojects" de colegas Italianos,  que analisou projectos Italianos, Franceses e Espanhóis https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0263786316301090 nem tão pouco o artigo que foi colocado online em Abril do ano passado sob o título "The extent and cost of corruption in transport infrastructure. New evidence from Europe" https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0965856417311199 Quem sabe talvez sejam artigos que não suportam a tese da infalibilidade de códigos miraculosos !
 
Neste miraculoso contexto, o que significa aquela noticia que dá conta de três arguidos por conta de subornos e incumprimento de contratos da Parque Escolar https://ionline.sapo.pt/635333  será que é coisa que não ocorre ou pelo menos não ocorre com a mesma magnitude somente nos projectos de transportes ? 
 
E o que dizer de artigo do Expresso ontem publicado, que fala de desvios de centenas de milhões e euros em obras públicas e onde até se fala de pagamentos de prémios aos construtores mesmo depois de terem falhado os prazos ?  

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Uma ajuda ao pouco informado Governo Português para conseguir poupar anualmente milhares de milhões de euros

 

Atento o conteúdo de um post de 19 de Maio, sobre o tal défice de 100 milhões de euros que o Governo de António Costa deixou na Fundação da Ciência e Tecnologia (link supra) e preocupado em saber onde é que este Governo vai conseguir arranjar dinheiro para tapar esse buraco (e outros), aproveito este post para recomendar aos spin-doctors do Primeiro-Ministro, que leiam um artigo publicado na última edição da revista Visão, sobre exercício físico, artigo esse que na página 32, apresenta uma imagem em que Portugal desgraçadamente, aparece no topo de um grupo de mais de duas dezenas de países europeus, como campeão no consumo de ansiolíticos, ao lado de uma outra imagem, onde Portugal aparece como campeão do sedentarismo e onde a Finlândia, sem surpresa, aparece como o país desse grupo com a menor percentagem de pessoas sedentárias.

Aquilo que esse artigo infelizmente não trazia, e que eu aproveito para acrescentar, é que  há poucos anos um grupo de investigadores da Finlândia, estimou que aquele país Nórdico poderia poupar 3 mil milhões de euros em cada ano reduzindo o sedentarismo, vide artigo de título "Economic burden of low physical activity and high sedentary behaviour in Finland"  https://jech.bmj.com/content/76/7/677.abstract 

Saber como é que a Finlândia se conseguiu tornar um dos países como menores percentagens de sedentarismo no mundo (ao mesmo tempo que consegue poupar uma fortuna em despesas de saúde) é extremamente fácil, basta perguntar ao ChatGPT, que diga-se de passagem, sobre essa questão, oferece uma resposta mais robusta do que o modelo de IA Generativa Microsoft CoPilot.

PS - Sobre o contexto supra, dos custos com a falta de saúde, convém recordar o post de 12 de Dezembro de 2023, que se tornou o 5º mais visto deste blogue, sobre um outro estudo, que pode  contribuir para ajudar a reduzir a elevada afluência aos hospitais https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/12/telomeros-estudo-recente-mostra-como.html

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Porque será que os (caros) pareceres da CADA valem menos do que lixo ?



Ficou hoje a saber-se, que aquela conhecida empresa do Grupo do Dr.Balsemão, SIC, em boa hora, apresentou uma queixa à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), e que na sequência da mesma emitiu aquela parecer no sentido da CP ter de divulgar a ata da reunião, onde foi decidido pagar uma cómoda indemnização de 80 (oitenta) mil euros, a Cristina Pinto Dias, atual Secretária de Estado, que na altura pediu para sair da CP, onde ganhava quase 7000 euros/mês para ir ganhar quase 14.000 euros/mês, noutra instituição pública, a AMT. Contudo a CP não procedeu à entrega dessa ata, como se o parecer da CADA valesse rigorosamente nada, menos do que lixo  https://sicnoticias.pt/economia/2024-05-29-cp-esconde-documentos-em-que-justifica-indemnizacao-a-atual-secretaria-de-estado-4dd71ac0

Por uma estranha coincidência, também eu próprio, há poucos anos atrás, e a fim de tentar infirmar ou confirmar, a existência de um plágio, numa candidatura de um curioso projecto de investigação, solicitei documentos à Agência Nacional da Inovação, que no entanto, muito estranhamente, nunca mos enviou e após ter feito queixa à CADA e daquela entidade ter emitido um parecer positivo (Processo nº482/2021), afirmando preto no branco, que esses documentos deveriam ser-me enviados, nunca porém os recebi, o que confirma que os pareceres da CADA valem nada. Facto esse que suscita desde logo a seguinte pergunta:  Porque é que os contribuintes Portugueses tem de pagar centenas de milhares de euros com a referida CADA, se na verdade os seus pareceres valem menos do que lixo ?

Num país europeu, no século XXI, toda a informação pública, que não tenha sido classificada, está disponível para ser consultada por qualquer cidadão desse país, de forma quase instantânea. A prova disso, é que não é preciso ir aos países nórdicos para constatar tal, basta ir ali à França, onde qualquer cidadão com acesso à internet consegue rapidamente saber qual é o património de qualquer politico daquele país. Em Portugal porém, a velhaca classe politica, que nos "governou" nos últimos 50 anos, arranjou forma de dificultar ao máximo o acesso a essa informação (e outras vide os dois casos supracitados). Recordo que foi preciso que a revista Sábado pagasse a vários jornalistas para irem ao Tribunal Constitucional, durante várias semanas, ler largas centenas de declarações patrimoniais, escritas à mão, para que os cidadãos deste país pudessem finalmente saber quais são aqueles que possuem uma situação patrimonial mais "interessante". 

Declaração de interesses - Declaro que no passado já critiquei muitas vezes as empresas do Grupo do Dr. Balsemão e que só uma única vez elogiei uma delas neste post aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/malhar-no-grupo-do-drbalsemao.html

Paper - How to exploit ChatGPT for Large-Scale Citation Fraud on Google Scholar


In the past, I have criticized the scientist rankings produced by Research.com because they are based on Google Scholar, which has well-known limitations. Specifically, these rankings do not satisfy any of the three fundamental criteria: disambiguation, removal of self-citations, and fractional counting. 

Recently, researchers from New York University identified an additional and highly concerning limitation in Google Scholar's citations. Their study demonstrated that it is possible to create a profile for a fictitious author and upload fabricated articles generated by ChatGPT to ResearchGate. These fake articles can then cite the fictitious author, artificially boosting their citation count on Google Scholar. As noted on page 15 of the study:

"Google Scholar neither censored the profile, nor reached out for further verification, despite the numerous red flags: (i) having an affiliation that does not exist; (ii) 100% of their 380 citations are stemming from their own papers; and (iii) all of their papers are ChatGPT-generated without any scientific contributions whatsoeverhttps://arxiv.org/pdf/2402.04607

This demonstrates that Google Scholar citations have limited value and should never be used to rank scientists. Instead, citations from publications indexed in Scopus or Web of Science are more valuable. This assertion is supported by Clarivate Analytics' success in predicting the names of 75 Nobel laureates using a citation-based methodology.

PS - There is only one global ranking of scientists that meets all three fundamental criteria: disambiguation, removal of self-citations, and fractional counting.  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/10/october-2023-update-of-stanford.html  

terça-feira, 28 de maio de 2024

Nem todas as citações valem o mesmo: Há as que tem muito valor, as que tem valor nulo (auto-citações) e as de valor negativo

 

Sobre o tal ranking de cientistas da treta, que critiquei no post supra, porquanto é baseado nas citações da plataforma Google Académico, que indexa publicações que nem sequer passaram pelo processo de revisão tradicional e outras de muito reduzido valor académico, convém também acrescentar as publicações fictícias, vide recente estudo que mostrou que é possível criar um perfil de um autor fictício e depois carregar artigos da treta produzidos pelo ChatGPT, na plataforma ResearchGate que citam esse autor, dessa forma gerando citações fictícias, no seu perfil do Google Académico, que valem menos do que zero   https://arxiv.org/pdf/2402.04607

Na página 15 do artigo pode ler-se que, "o Google Académico não censurou o perfil, nem procurou uma verificação adicional, apesar dos numerosos sinais de alerta: (i) possuir uma afiliação que não existe; (ii) 100% das suas 380 citações provêm dos seus próprios artigos; e (iii) todos os seus artigos são gerados pelo ChatGPT, sem nenhuma contribuição científica"

Moral da história, as únicas citações com valor são somente aquelas da Scopus e da Web of Science, como o prova a metodologia, da Clarivate Analytics, baseada em artigos excepcionalmente citados, que já conseguiu acertar no nome de 75 prémios Nobel.  Citações com valor são também aquelas que podem ser aferidas pelo indíce-K (sem auto-citações). Que é uma métrica que foi apresentada pela primeira vez em 2018, na revista científica Physica A: Statistical Mechanics and its Applications, e a qual é mais robusta do que o h-index, pois provou-se que apresenta uma maior correlação com o prémio Nobel. 

Declaração de interesses – Declaro que o índice-K (Scopus) do dono deste blogue é 178, tendo porém em conta que em 2019 o valor desse índice-K era 76, isso significa que nos últimos cinco anos aumentou mais de 130%, curiosamente no mesmo período o índice-K da famosa (quase quase Nobel) catedrática Elvira Fortunato aumentou apenas 42% https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/lista-actualizada-de-50-cientistas.html

domingo, 26 de maio de 2024

Imperfection as Catalyst: Anarchy and the Progress of Science in the 21st Century

 


When considering anarchy as a strategy for organizing science in the 21st century (refer to the post of March 6 linked above), it's worth examining a recent paper by a scientist from the University of Southern California. The study posits that life inherently thrives on a certain degree of instability. While stable systems tend to resist change and risk becoming obsolete, unstable systems strike a delicate balance, allowing for adaptation without descending into excessive chaos.

Unfortunately, among the 202 references cited in that paper, none pertain to the book "Genesis: The Story of How Everything Began" by physicist Guido Tonelli. In his book, Tonelli emphasizes the necessity of imperfection, asserting that perfection is not conducive to progress, "if we want...dynamics, we must not ask for perfection"   https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/perfection-is-not-destiny-of-universe.html

But if imperfection is what we really need, then it's crucial to honor narratives of failure as much, if not more, than those of success, echoing Tim Leberecht's sentiments in 'Gegen die Diktatur der Gewinner.A book that I previously emphasized in a post dated January 7, 2024. Consequently, the emerging motto ought to be: 'One who has never failed has yet to impart true wisdom". Furthermore, since only those who have taken risks can experience failure, this leads to another important principle: "If you have never risked anything, you have accomplished very little of true significance."

PS - In the aforementioned context, it's also worth asking: how many people owe their success to psychopathy? For further exploration of this topic, please refer to the previous post titled "Unraveling the enigma of success: Why do some people succeed where others fail?" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/06/why-some-people-succeed-where-others_5.html

Porque é que uma universidade pública Portuguesa pode fazer comunicados pouco rigorosos e até ignorantes ?

Alguém me fez chegar uma alegada "noticia" com o fantasioso título "UBI é a melhor universidade portuguesa em ranking de academias com menos de 50 anos", onde se fica a saber que aquela universidade achou boa ideia fazer publicidade ao ranking da treta da Times Higher Education. https://www.ubi.pt/Noticia/7769

Que ironicamente alcança exactamente o oposto do pretendido, ao invés de elevar a UBI até a consegue diminuir. Como um caçador que consegue a proeza, de com um único tiro, acertar não no alvo pretendido, mas simultaneamente nos dois pés !

Posso admitir que muitos naquela universidade não leram aquilo que eu escrevi em 12 de setembro de 2019,  quando o ranking da treta da Times Higher Education, colocou a universidade Católica, como a melhor universidade Portuguesa, mas será que andam tão distraídos da realidade, que não leram, ou nem ouviram falar de nenhum dos dois artigos do então Presidente da A3ES, tendo o primeiro sido publicado em 23 de Setembro de 2019, onde reduziu a pó o referido ranking ? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/presidente-da-a3es-explica-pela-segunda.html

Se o tal ranking da Times Higher Education valesse de facto alguma coisa, teria sido mencionado no documento de título "Europe – the Global Centre for Excellent Research", onde porém só é mencionado um único ranking (Shanghai), que não por acaso é o único ranking mundial, que utiliza o número de prémios Nobel, como critério de seriação. Será provável que os investigadores da UBI ganharam recentemente algum prémio Nobel e eu sou a única pessoa em Portugal que não tomei conhecimento disso ?

A prova que o referido ranking é apenas treta, é muito fácil de fazer, basta selecionar algumas universidades estrangeiras que o ranking da treta coloca abaixo da UBI e comparar o desempenho de ambas no ranking Shanghai. Como é que é possível acreditar que a UBI, que possui apenas uma única área científica classificada no ranking Shanghai, poderia algum dia ter um desempenho superior a universidades que possuem várias áreas científicas com essa classificação e ainda por cima quando algumas delas até fazem parte do Top100 mundial ? 

Comparação da UBI com algumas ("jovens") universidades no ranking Shanghai:

UBI...............................Uma única área cientifica classificada, na posição 401-500 

U.Lleida...........................4 áreas cientificas classificadas

U.Ramon Lull..................5 áreas cientificas classificadas

U.Girona.........................6 áreas cientificas classificadas

U.Carlos III Madrid........8 áreas cientificas classificadas, duas no top 100 mundial

U.Stavanger....................8 áreas cientificas classificadas, duas no top 100 mundial

U.Minho........................10 áreas cientificas classificadas, duas no top 100 mundial

U.Nova..........................17 áreas cientificas classificadas

U.Guanzhou..................20 áreas cientificas classificadas, duas no top 100 mundial

PS - Ainda sobre o ranking da treta da Times Higher Education revisite-se o post de 27 de Novembro de 2023 onde recordei o óbvio ululante https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/11/cursos-que-nao-valem-o-dinheiro-que.html

sábado, 25 de maio de 2024

Uma inocente vítima dos pérfidos instintos vingativos de 7 harpias ???

 


O post acessível no link supra, que divulgou as patifarias de dois catedráticos canalhas, acaba de se tornar o mais visualizado de 2024 daquele blog, o que mostra que as canalhices catedráticas, são um tema que interessa a muitos Portugueses. 

Por uma estranha coincidência, apenas dois dias depois do mesmo ter sido tornado público, sete mulheres de várias nacionalidades aceitaram dar a cara para acusarem um conhecido catedrático Português, que segundo elas  “oferecia sexo como moeda de troca para uma ascensão de carreira”. Sem surpresa, o catedrático acusado diz que é tudo mentira. https://www.noticiasaominuto.com/pais/2567332/oferecia-sexo-sete-mulheres-identificam-se-para-denunciar-boaventura

O que será mais provável: que um catedrático com muito poder, violando a ética e a própria lei, usou o seu elevado poder para sua "satisfação pessoal", ou será, pelo contrário, que ele é apenas um idoso e inocente académico, vitima dos instintos vingativos de 7 harpias ? 

PS - É claro que se a verdade dos factos, for exactamente aquela, indigna, que agora foi relatada pelas referidas sete ex-alunas, da unidade de investigação dirigida pelo referido catedrático, é impossível não colocar a incómoda questão, que essa verdade suscita, quantas antes delas, não recusaram a "proposta", de ascender na carreira através de sexo ?

Declaração de interesses - No contexto supra vale a pena revisitar o teor inequívoco da declaração de interesses que fiz no final do post de 20 de Abril de 2023 aqui https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/04/revista-universitaria-portuguesa.html

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Portugal's Scientific Publications Expected to Exceed Russia's by 1600% in 2025


A Scopus search shows that before the war, Russia produced 11,300 papers per month. When the war began, that number fell to 9,700 papers per month. In 2023, it declined further to 9,300, and by 2024, the scientific production had dropped to just 5,300 papers per month.  

When I requested ChatGPT to simulate monthly Russian scientific production for 2025, the Generative AI predicted that "Russia's scientific production in 2025 would be approximately 3,710 papers per month." Surprisingly, this projection falls below Portugal's scientific output of 4,400 publications per month. 

A subsequent request to ChatGPT for another simulation of Russian scientific production indicated that it could decline by up to 90%, even under the most optimistic scenario of moderate decline:

Scenario 1: Moderate Decline
If the decline continues at a slower but still significant rate (e.g., another 2,000 papers per month). Projected production rate for 2026: 3300−2000=13003300−2000=1300 papers per month.
 
Scenario 2: Continuing Decline at Accelerated Rate
If the decline continues at a similar rate to 2025, the production could drop further by 4,000 papers per month. Projected production rate for 2026: 1300−4000=01300−4000=0 papers per month (practically halting scientific production).

In this context, it is important to underscore that a recent Scopus search for AI-related publications using the keywords "Artificial Intelligence" OR "Machine Learning" OR "Deep Learning" reveals that the scientific production of Russia is now lower than that of Portugal. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/05/analise-scopus-desempenho-das-ies.html

When comparing the performance of the two countries in terms of publications per million inhabitants, Portugal's superiority is strikingly clear. Before the war, Portugal's ratio was 500% higher than Russia's. By 2024, this ratio had increased to over 1000%, and it is projected to exceed 1600% in 2025. Notably, in the field of Artificial Intelligence, Portugal's publication ratio is already 1600% higher than Russia's.

PS - In 2022, eight months after Russia invaded Ukraine, I predicted that Putin would lead Russia into extreme poverty, reminiscent of an era when Russian teachers were paid in bottles of vodka as their monthly salary. Surprisingly, that moment is arriving quicker than I anticipated. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/10/putin-and-irony-will-turn-russia-into.html

segunda-feira, 20 de maio de 2024

The sad story of a super-scientist who dreamed of becoming European champion



In a previous post titled "The Moral Imperative of Scientific Rebellion for Innovation Resurgence and Safeguard Our Planet", I listed seven pieces of advice to encourage more rebellious scientists. Recently, a study by researchers from Switzerland and China revealed that scientists with very high publication rates tend to have less capacity for leading disruptive discoveries. This suggests the need to add a new piece of advice to the aforementioned list:, "Avoid hiring scientists who pump out papers as if on an assembly line"

The results of this study do not surprise me. For several years, I have observed that the most highly regarded scientists, both internationally and in my own country, are not those with the most publications. This was evident in a post I wrote that garnered thousands of views. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/ranking-de-investigadores.html

Regarding super-scientists, it is worth noting that a Norwegian university recently launched an investigation into the scientist with the highest number of publications in the country. This scientist, who has been publishing several articles per week and once expressed a dream of becoming the most published scientist in Europe, is now under scrutiny. https://www.universitetsavisa.no/filippo-berto-forskningsetikk-forskningsjuks/norges-mestpubliserende-forsker-granskes-for-alvorlige-brudd-pa-etiske-normer/403870

However, it is crucial to recognize that the blame for his unrealistic dream does not lie solely with him. It also falls on the academic community, which has allowed this problematic trend to rise unchecked, harming scientific integrity. Reflecting on this, I recall a post I wrote a few years ago titled, How many papers can a super-scientist author in a single week ?
"The repercussions of the aforementioned Reapolitik publishing strategy are manifold. Firstly, if Full Professors and Lab Directors can exploit this approach, it sets a precedent for junior researchers to emulate, harboring dreams of accumulating numerous publications themselves one day. Secondly, if this becomes the norm in Western countries, third-world nations may be inclined to replicate these "successful" practices, cultivating their own super-scientists. Consequently, if an African super-scientist were to emerge with 10,000 or 20,000 publications at the summit of the publishing rankings, there would be little ground for criticism. Moreover, in an era where Science faces challenges from alternative facts and fake news, this "grossly unethical" authorship behavior undermines scientific authority, inadvertently aiding those who oppose Science"

A triste história de um super-cientista que tinha o sonho se tornar campeão europeu

 


Num post anterior de titulo "O imperativo e urgente dever moral de fomentar a rebeldia científica" foi apresentada uma lista (gerada pelo ChatGPT) contendo sete conselhos com vista a aumentar o número de cientistas rebeldes, tendo porém em conta que muito recentemente foi publicado um estudo, de investigadores da Suiça e da China, que mostra que os investigadores com padrões de publicação muito elevados, apresentam menor capacidade para protagonizar descobertas mais disruptivas, então faz sentido incluir na lista um novo conselho, "Avoid hiring scientists who pump out papers as if on an assembly line"

Os resultados do tal estudo não me surpreendem minimamente, pois já há vários anos, que pude constatar que os cientistas mais credenciados, tanto no estrangeiro, como em Portugal, não são aqueles que possuem um maior número de publicações, vide post que teve 2000 visualizações https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/ranking-de-investigadores.html 

Sobre os cientistas com capacidades de publicação sobre-humanas, é importante divulgar que recentemente uma universidade Norueguesa, decidiu abrir uma investigação, ao cientista com mais publicações daquele país, que tinha a capacidade de publicar vários artigos por semana e que há poucos anos disse ter o sonho de se tornar o cientista com mais publicações em toda a Europa https://www.universitetsavisa.no/filippo-berto-forskningsetikk-forskningsjuks/norges-mestpubliserende-forsker-granskes-for-alvorlige-brudd-pa-etiske-normer/403870

É porém justo que se diga, que a culpa dele ter um sonho demente, não lhe pode ser imputada somente a ele, mas também a todos aqueles académicos que assistiram impávidos e serenos, à ascenção deste fenómeno espúrio, que muito prejudica a ciência. Sobre o mesmo recordo aquilo que escrevi há alguns anos atrás, num post em cujo título questionei, quantos artigos é que um super-cientista consegue produzir numa semana ? 
"The repercussions of the aforementioned Reapolitik publishing strategy are manifold. Firstly, if Full Professors and Lab Directors can exploit this approach, it sets a precedent for junior researchers to emulate, harboring dreams of accumulating numerous publications themselves one day. Secondly, if this becomes the norm in Western countries, third-world nations may be inclined to replicate these "successful" practices, cultivating their own super-scientists. Consequently, if an African super-scientist were to emerge with 10,000 or 20,000 publications at the summit of the publishing rankings, there would be little ground for criticism. Moreover, in an era where Science faces challenges from alternative facts and fake news, this "grossly unethical" authorship behavior undermines scientific authority, inadvertently aiding those who oppose Science"

domingo, 19 de maio de 2024

Will Enrico Letta's Growth Blueprint Save Europe from Economic Armageddon?



Building on the previous post titled "The Economist - The Impending Economic Armageddon in Europe," please check the latest 147-page report, "Much More Than a Market," authored by Enrico Letta, President of the Jacques Delors Institute and former Italian Prime Minister. This report, requested by European Commission President Ursula von der Leyen, offers an in-depth analysis of the state of the European single market and includes recommendations to boost the competitiveness of the European economy. https://www.delorscentre.eu/en/about/news/detail/content/enrico-letta-unveils-vision-for-a-new-single-market

However, amidst these discussions lies a more nuanced challenge: striking a balance between the imperative for European economic competitiveness and the imperative to reassess the unbridled pursuit of economic growth. This notion, championed by Robert Costanza, Professor of Ecological Economics at University College London, calls for a recalibration of our priorities. How can we navigate this complex terrain effectively? 

Um país miserável que tarda em conseguir deixar de o ser


Ontem foi noticia e capa no jornal Público que a Fundação da Ciência e Tecnologia não tem dinheiro para pagar bolsas de investigação nem salários de investigadores, por conta de um "buraco" de 100 milhões de euros. Este é o miserável resultado do desgoverno socialista, que preferiu meter mais de 3000 milhões de euros na TAP (a tal empresa onde havia uns felizardos, como a mulher do Medina, a receber prémios de dezenas de milhares euros) e preferiu também nada fazer no combate à corrupção, que há muito empobrece este país (o conhecido Procurador Euclides Dâmaso, disse até que o Governo de António Costa ainda tornou mais difícil o combate contra a corrupção).  

Sobre esse absolutamente miserável estado de coisas, vale a pena revisitar o post anterior do passado mês de Fevereiro "O que é que falta a Portugal para conseguir ser como a rica Suécia ?" seja na parte das muitas energias que aquele país coloca a tratar da saúde a vigaristas e corruptos, seja no elevado respeito e consideração que os Suecos tem pela Ciência, área onde (por habitante) gastam 500% a mais do que Portugal https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/02/o-que-falta-portugal-para-ser-como.html

Nem de propósito, hoje no jornal Público, é apresentada uma extensa entrevista, ao longo de duas páginas, ao antigo primeiro-ministro, Enrico Letta, que dirige o Instituto Jacques Delors, e a quem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitou um diagnóstico sobre o estado do mercado único europeu, e ainda um conjunto de recomendações e propostas para recuperar a competitividade da economia europeia. Reproduzo abaixo a muito esclarecedora resposta do Enrico Letta à última pergunta que lhe foi feita pela jornalista do Público. Até um atrasado mental a consegue compreender:  

"Sabe, no geral, o meu relatório procura lançar um alarme vermelho. Em todo o relatório há um sentido de urgência relativamente ao fosso que está a aumentar entre nós e os EUA em termos de competitividade. E uma das razões pelas quais este fosso está a aumentar é a inovação. A inovação, os investimentos em inteligência artificial, o papel dos dados, as competências, o conhecimento. Estamos a ficar para trás neste domínio. Coloquei este ponto no topo da minha atenção, porque as quatro liberdades do mercado único — a circulação de bens, serviços, capitais e pessoas — são típicas da economia do século XX....Por isso lancei a ideia da quinta liberdade, para ser possível lançar um espaço único na União Europeia em termos de inovação, de conhecimento, de dados, de inteligência artificial, etc. Talvez tenhamos chegado demasiado tarde a tudo isto, e por isso precisamos de arrepiar caminho, com mais investimento, mais investigação"

Sem surpresa, quando em 29 de Março solicitei ao ChatGPT conselho sobre a forma como a Europa seria capaz de enfrentar o grave choque triplo, que até fez capa numa edição da revista The Economist, a resposta daquela IA generativa, com 8 alíneas, também incluía uma forte aposta na inovação: https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/como-conseguir-lidar-com-uma-catastrofe.html

PS - Num debate recente, Cotrim de Figueiredo, candidato ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista daquele partido que elegeu vários deputados com base em falsidades e mistificações, acusou os candidatos de outros partidos de ignorância económica, sucede porém que se trata do mesmíssimo Cotrim de Figueiredo, que disse à revista Sábado, que os deputados em Portugal são mal pagos, o que mostra que os conhecimentos económicos dele são muito rasteiros e estão afinal ao mesmo nível dos fracos conhecimentos do Pedro Abrunhosa https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/os-politicos-deveriam-ter-uma.html

sábado, 18 de maio de 2024

Top 10 dos livros mais citados publicados na última década indexados na Scopus

 


Na sequência do post anterior, acessível no link supra, sobre um gravíssimo erro de previsão, listo abaixo os 10 livros mais citados, entre quase 1500 (mil e quinhentos) que foram produzidos em Portugal ao longo da última década e indexados na plataforma Scopus. Os livros estão ordenados pelo número de citações, após remoçao das auto-citações:

1 -  Handbook of Alkali-Activated Cements, Mortars and Concretes

2 - An Introduction to Graphene Plasmonics

3 - Visible light communications: Theory and applications

4 -  Handbook of Road Ecology

5 -  Fundamentals of 5G Mobile Networks

6 -  Quantum effects in biology

7 - mmWave Massive MIMO: A Paradigm for 5G

8 - Design of steel structures

9 -  Goods and services of marine bivalves  

10 -   Transdisciplinary perspectives on complex systems

PS - Porque será que na lista supra há vários livros de engenharia e não há um único livro de medicina, muito embora quando se analisa a produção científica da última década, a medicina, seja precisamente a área com mais publicações indexadas ? 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Instituto Superior Técnico - Uma instituição fértil em fenómenos científicos bizarros

 

Já não bastava que no Técnico tivessem tido a péssima iniciativa de fazer publicidade a um ranking de cientistas da treta, vide post no link supra, já não bastava que aquela instituição acolhesse o catedrático campeão de artigos despublicados e agora também se fica a saber que parece que as há conferências naquela casa, cuja comissão científica até inclui académicos cuja obra científica, ao longo de 25 anos depois de se terem doutorado, se resume a 2 publicações no Scopus (h-index=2), tendo a última dessas publicações ocorrido no longínquo ano de 2012. A que se soma a agravante da plataforma onde se podem confirmar as revisões de artigos efectuadas pelos cientistas mostrar que ele tem zero revisões. 

Se uma instituição que era suposto servir de exemplo ao país, pautando o seu comportamento pelos mais exigentes padrões científicos, se comporta desta forma deplorável, o que é que se poderá esperar então de outras instituições que tem muito menos obrigações e das quais nada de extraordinário se espera? Mais importante do que isso, será que o Engenheiro Alfredo Bensaúde, o primeiro responsável do Instituto Superior Técnico, não teria vergonha destes fenómenos científicos bizarros ? 

Declaração de interesses - Há quase uma década atrás, uma aluna de doutoramento, em cuja orientação participei, concorreu a um procedimento concursal que tinha várias bolsas de doutoramento para atribuir, o resultado do concurso ditou porém que ela só teria direito a bolsa se algum dos candidatos colocados à sua frente desistisse, e foi isso mesmo que acabou por suceder, o júri do concurso, porém não lhe atribuiu essa bolsa, nem mesmo depois de ela ter feito uma queixa à Provedora de Justiça, que sem surpresa lhe deu razão. O presidente do júri desse infeliz concurso, foi nem mais nem menos, que o tal catedrático do Técnico, que agora, de forma nada honrosa, é obrigado a suportar a ignominiosa faixa de campeão nacional absoluto de artigos despublicados. Por ironia do destino, essa aluna, mesmo sem bolsa, acabou por terminar o doutoramento, e até já possui dezenas de publicações indexadas na Scopus e um h-index=28, e uma dessas publicações, já conta com quase 900 citações, o que é admirável, já que em Portugal (e ao contrário do que acontece nas melhores universidades europeias), há largas dezenas de catedráticos, que não possuem ao fim de dezenas de anos de carreira, uma única publicação que tenha recebido sequer a miséria de 150 citações, inclusive no Instituto Superior Técnico https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/08/o-desprezo-da-comunidade-cientifica.html

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Uma solução inovadora de baixo custo para resolver um gravíssimo problema que mata milhões de pessoas todos os anos


Em Setembro do ano passado, divulguei um estudo do Banco Mundial, vide post no link supra, que concluiu que a exposição ao metal tóxico chumbo, é responsável por 5 milhões de mortes num único ano, superando inclusive o número de mortes associadas ao tabaco e ao colesterol. Poucas horas depois de ter colocado esse post online tive de fazer um aditamento ao mesmo, por conta de um email que recebi de um investigador, da unidade de investigação UCIBIO (UNova+UPorto) que me informou que a situação de Portugal, no respeitante ao teor de chumbo no sangue, ainda consegue ser pior do que a da Turquia, estando ao mesmo nível da situação da Líbia. 

Felizmente que neste mês de Maio, investigadores do MIT, conhecida instituição associada a uma centena de prémios Nobel, publicaram dois importantes artigos sobre o grave problema supracitado. Um deles que foi publicado no dia 14 na revista Nature Communications diz respeito ao desenvolvimento de um sensor de baixo custo para detecção de chumbo na água. https://www.nature.com/articles/s41467-024-47938-6

Já o segundo artigo, que foi publicado no dia 15 na revista RSC Sustainability, diz respeito ao desenvolvimento de um filtro, que de forma bastante económica, permite remover o chumbo da água potávelhttps://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2024/su/d4su00052h

Neste contexto faz sentido questionar, se a referida descoberta tivesse sido efectuada por investigadores Portugueses e tendo em conta que uma vida humana tem no nosso país um valor entre 50.000 euros e 80.000 euros (vide Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça) então salvar 5 milhões de vidas, teria um valor gigantesco, entre 250 mil e 400 mil milhões de euros, nessa hipótese, quanto mereceriam esses investigadores a título de "recompensa" pela sua descoberta? Será possível que a resposta a essa questão seja zero

PS - Sobre a pertinente questão vale a pena revisitar o post anterior de título "A desvalorização da Ciência (e da Engenharia) e a decadência da Humanidade"  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/a-desvalorizacao-da-ciencia-e-da.html 

A crise da revisão de artigos: Um algoritmo para ultrapassar as "limitações" dos avaliadores com "conhecimentos académicos menos robustos"


Na sequência dos dois emails infra, de 27 de Fevereiro e de 5 de Março, o último do qual se refere à importante actividade de revisão de artigos, que como referem alguns editores se encontra em crise, pois a nível mundial há cada vez mais artigos que necessitam de revisão e esse aumento não foi acompanhado de um aumento do número de revisores com elevada experiência nessa actividade, vide por exemplo o recente artigo de Horta e Jung (2024) de título "The crisis of peer review: Part of the evolution of science",  o que leva a que muitas vezes os Editores se vejam forçados a convidar jovens investigadores, que ainda nem sequer tem meia dúzia de publicações, aproveito para divulgar um artigo sobre um novo algoritmo que pretende ajudar a resolver esse problema. Vide extracto abaixo e link:

"...The rating provided by reviewers holds a pivotal role in the publication of scientific literature, exerting a substantial influence on a publisher’s decision to accept or reject a paper. However, a significant challenge remains:...individuals with less robust academic expertise or less critical thinking capabilities may deliver inaccurate judgments, potentially leading to the rejection of high-quality papers or the acceptance of those of lower quality..."  https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0957417424004160?via%3Dihub



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De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 5 de março de 2024 19:02
Assunto: A proposta de um ilustre catedrático da U.Stanford e os investigadores que merecem ver os seus artigos rejeitados de forma automática
 
No email abaixo, constato agora que nem sequer mencionei o facto do regulamento de avaliação de desempenho da EEUM, não atribuir qualquer valor à actividade de revisão de artigos. Ou seja publicar em revistas do tipo A vale muito porém a revisão desses artigos vale zero. Algo que não é fácil de entender pois há 10 anos atrás já um conhecido catedrático de medicina da universidade de Stanford, defendia a alteração da avaliação de desempenho para uma outra bastante diferente onde entre outras coisas deveria haver valorização da revisão de artigos  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/scientific-misconduct-kuhnian.html 

Uma alternativa possível passaria por penalizar os investigadores que tivessem muito menos revisões do que publicações, pois isso significa que estão a infringir um dever que sugerem alguns deveria levar inclusive à rejeição automática dos artigos daqueles  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/a-radical-solution-to-solve-crisis-in.html
 
É verdade que antigamente quando o historial de revisão não era público, também não era possível fazer a sua confirmação para dessa forma se poder valorizar essa actividade, mas isso mudou quando apareceu a plataforma Publons e mudou ainda mais quando aquela foi adquirida pela Clarivate Analytics e depois no dia 3 de Outubro de 2021 a informação detida pela mesma foi integrada nos perfis de todos os quase 30 milhões de investigadores registados na Web of Science. Por uma estranha coincidência a noticia dando conta dessa mudança utilizou um perfil de um investigador da EEUM, que dessa forma se tornou conhecido entre dezenas de milhões de investigadores https://publons.com/wos-op/announcement/#your-review-contributions-in-web-of-science


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De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 27 de fevereiro de 2024 07:12
Assunto: Será que a EEUM terá coragem para fazer aquilo que ainda não foi feito ?
 
Conforme dá conta o email infra vai iniciar-se avaliação de investigadores no período referente ao biénio 2022-2023.
 
Infelizmente, a mesma ainda se irá fazer com regras pouco consensuais, como por exemplo o facto de 1 artigo em revista do tipo A valer 4 vezes mais do que uma publicação do tipo D,  ou como o facto de 1 artigo em revista do tipo A valer quase 6 vezes mais do que ser coordenador de um projecto de investigação nacional, valer quase 6 vezes mais do que a submissão de um projecto à FCT, valer 10 vezes mais do que a participação num projecto de investigação internacional, valer 10 vezes mais do que ser avaliador de projectos de investigação nacionais ou valer 20 vezes mais do que ser arguente de doutoramento numa universidade estrangeira. 
 
E isto quando se sabe que foi a obsessão com as publicações que está na origem de um dilúvio de publicações irrelevantes que ironica e tragicamente até prejudicam a própria ciência  
 
E isto quando se sabe que cientistas prestigiados como por exemplo o Vladen Koltun (Scopus h-index=76) dizem que deve combater-se o referido dilúvio e ainda que o local de publicação nunca devia ser utilizado para avaliar investigadores https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/evaluating-researchers-in-fast-and.html 
 
E isto quando se sabe há muito que as revistas tem os dias contados pois em 2018 já o antigo Editor-Chefe da revista Bristish Medical journal escrevia que  "the leaders of Elsevier have now decided that the epoch of journals will soon be over" 
 
E ainda por cima agora em que a IA até já consegue projectar, planear e executar experiências complexas sem qualquer intervenção humana (o que permite antecipar o que virá a seguir quando a mesma IA se tornar muito mais robusta) e em que teve inicio uma nova realidade que revaloriza a validação e a integridade dos processos https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/01/the-economistai-generated-content-is.html
 
Será que a EEUM terá coragem para conseguir antecipar o futuro e rever o regulamento de avaliação de desempenho, por forma a que a avaliação a levar a cabo em 2026 referente ao biénio 2024-2025, já seja feita com um regulamento que não ache que os artigos em revista do tipo A (mesmo quando são irrelevantes) são o alfa e o ómega da ciência ?
 
Cumprimentos
Pacheco Torgal
 
PS - Em 2021, depois de ler num certo semanário uma entrevista ao Presidente do Técnico, onde aquele se vangloriava que a sua instituição publicava artigos em revistas com "mais reputação" fui à base Scopus confirmar que "os investigadores do Técnico publicaram 54 artigos em revistas da Nature (Nature, Nature Phsycs, Nature Materials, Nature Microbiology, Nature Astronomy, Nature Biomedical Engineering, Nature Communications) porém a maioria desses artigos (60%) nem sequer receberam 50 citações e até há vários desses artigos que não receberam sequer a desgraçada miséria de 10 citações. Já sobre os artigos do Técnico publicados na conhecida revista Science, 50% desses não receberam sequer 50 citações. E note-se que nos valores acima não foi sequer descontada a inflação por conta de auto-citações (rubrica onde o Técnico tem um desempenho recorde)". E muito melhor teria sido, se nessa altura eu soubesse quanto dinheiro público foi gasto para produzir esses artigos, pois nesse caso teria aproveitado para divulgar o anormalmente elevado valor de cada uma dessas citações, que é uma métrica fundamental para avaliar a eficiência do impacto da ciência, pois é muito diferente o desempenho de uma unidade cujas publicações receberam 1000 citações com um financiamento de 100.000 euros ou uma outra unidade que recebeu 10.000 citações mas com um orçamento de 5 milhões de euros.  Recordo que foi o conhecido investigador Alemão Lutz Bornmann, vencedor da Medalha Solla Price da bibliometria,  quem há poucos anos sugeriu como medida da eficiência da investigação apurar o valor gasto para produzir 1 artigo altamente citado (Top1%)

quarta-feira, 15 de maio de 2024

The Peer Review Conundrum: Advancing Academic Rigor with the RRR Algorithm


The escalating crisis in peer review was exacerbated by a notable surge—almost tantamount to a deluge— in the number of articles requiring assessment. This paper deluge has not been matched by an equivalent rise in the availability of experienced reviewers, who are essential for this crucial process. As underscored in the recent study by Horta and Jung (2024) titled 'The Crisis of Peer Review: A Component of Scientific Evolution,' this predicament often forces editors to turn to early-career researchers, who may lack extensive publishing experience, leaving them with few alternatives.

In this context, it's worth highlighting a recent research paper published in the Elsevier journal 'Expert Systems with Applications,' authored by scholars from academic institutions in Switzerland and China. Their reviewer-reputation ranking (RRR) algorithm crafted to identify high-quality papers during the review process, assigns greater weight to reviewers with higher reputation scores. Extensive testing on both artificial and real-world datasets, totaling over 300,000 papers, has demonstrated the algorithm's superior performance in identifying top-quality manuscripts:

"...The rating provided by reviewers holds a pivotal role in the publication of scientific literature, exerting a substantial influence on a publisher’s decision to accept or reject a paper. However, a significant challenge remains: the inherent variability in the capabilities of reviewers. Throughout the review process, individuals with less robust academic expertise or less critical thinking capabilities may deliver inaccurate judgments, potentially leading to the rejection of high-quality papers or the acceptance of those of lower quality..."