domingo, 26 de janeiro de 2025

Estudo envolvendo participantes de 40 países revela a infelicidade escondida dos países que lideram o ranking da felicidade


Um estudo, que envolveu milhares de participantes de quarenta países, mostrou que um elevado número de pessoas que vivem nos tais países que lideram o ranking da felicidade (World Happiness report 2024), não se sentem nada felizes, muito antes pelo contrário, muito por conta da pressão social (leia-se quase ditadura) para serem felizes (ou pelo menos parecerem que o são). https://www.nature.com/articles/s41598-021-04262-z 

Algo que na verdade não constitui uma novidade assim tão surpreendente, porque a obsessão pela felicidade, que irónicamente sustenta uma indústria que movimenta milhões de euros, paga por aqueles e aquelas que parece não saberem viver sem produtos ou serviços que lhes forneçam uma "felicidade" permanente, o que traz consigo não só uma baixa resistência à frustração e também o risco da desvalorização de outros aspetos essenciais da vida, como a resiliência, o sofrimento e a procura de significado, vide post anterior de 2022 de titulo "Porque é que uma vida com significado é impossível sem sofrimento?" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/07/porque-e-que-uma-vida-com-significado-e.html 

Num Planeta que caminha em velocidade acelerada para um inevitável desastre climático, (situação que é agravada pelo facto da engenharia a nível mundial, maioritariamente a cargo de empresas privadas, preferir preocupar-se mais com tecnologias lucrativas e menos com a salvação da Humanidade, que pelos vistos não dá lucro suficiente https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/01/os-10-principais-sucessos-da-engenharia.html) é por isso especialmente importante que as pessoas consigam tornar-se mais resilientes ás más noticias que o futuro irá trazer, o que implica desde logo que deixem de se refugiar em realidades alternativas de felicidades fabricadas e plastificadas que expõe nas suas redes sociais, mas que muitas vezes servem apenas para esconder uma grande infelicidade. 

PS - Em 2022 a revista The Economist colocou na capa de uma das suas edições a frase "Say Goodbye to 1.5ºC", que na altura comentei num post de título "O fim de uma ingénua (hipócrita) ilusão", infelizmente não foi preciso muito tempo para que esse título se tornasse uma realidade pois em 2024 essa meta foi finalmente e pela primeira vez ultrapassada !