terça-feira, 29 de abril de 2025

Apagão - O que vale a palavra do Primeiro-Ministro Luís Montenegro? Pouco ou nada ?

  


Em declarações ao país, falando sobre o apagão, o Primeiro-Minstro "garantiu que não é uma questão de autonomia elétrica". Acredita quem quiser. O facto é que há algumas décadas atrás Portugal nunca precisou da electricidade de Espanha e agora com tantos milhões de painéis solares e com milhares de aerogeradores (turbinas eólicas), estamos totalmente dependentes de Espanha. 

Não sou eu que o digo, foi o Vice-Coordenador da Comissão de Energia da Ordem dos Engenheiros, que há 2 anos atrás, escreveu que Espanha pode cortar a luz a Portugal, a qualquer instante, basta que lhe apeteça https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/08/a-possibilidade-da-espanha-colocar.html

Declaração de interesses - Declaro que tenho pouco respeito pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, por conta do anormalmente elevado corte de verbas na área da investigação, que pasme-se foi superior inclusive ao corte feito pelo Governo de Passos Coelho, mas esse ao menos ainda teve a desculpa das exigências da Troika https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/os-inimigos-declarados-da-ciencia.html

PS - Portugal já tinha em comum com Cuba o facto das gerações mais jovens dos dois países terem de emigrar para países mais ricos e agora desgraçadamente passou também a ter em comum com aquele miserável país, os apagões gerais da rede elétrica https://sicnoticias.pt/mundo/2025-03-16-cuba-esta-mais-uma-vez-sem-energia.-mas-afinal-o-que-se-passa--74a455a1

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Capítulo - "Porque é que a riqueza é um problema para o ambiente construído?"

 

Ainda na sequência do post anterior, sobre arquitectos espanhóis e também sobre arquitectos italianos, que acharam boa ideia citar livros de um investigador Português, aproveito para divulgar um capítulo publicado ontem, por investigadores do departamento de arquitectura, da universidade de Auckland, da Nova Zelândia, que são culpados do mesmo "vício". Na referida publicação, os seus autores acusam os arquitectos mais famosos do Planeta por estarem viciados na arquitectura do luxo e por conta disso estarem a prejudicar a arquitectura sustentável https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-031-81954-4_3

PS - Entre os graves desafios que o ambiente construído terá que enfrentar nas próximas décadas está o estratosférico custo de 25 biliões (25 triliões no sistema de numeração Americano) por conta das alterações climáticas https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/04/the-economistthe-25-trillion-dilemma-of.html

domingo, 27 de abril de 2025

O Processo: O caso do professor Português que se doutorou numa prestigiada universidade da Dinamarca e que acabou despedido de uma universidade Portuguesa

https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/03/tribunal-condena-univ-de-coimbra-por.html

A academia Portuguesa está cheia de casos absolutamente inacreditáveis, que incluem como escrevi em posts anteriores, até mesmo casos de catedráticos que cometeram crimes e que continuam em funções, ao contrário do que sucede em universidades estrangeiras, onde tais crimes são motivo para a sua expulsão definitiva, vide post acessível no link supra, mas também situações verdadeiramente kafkianas, como a de um professor que se doutorou na prestigiada universidade de Aarhus (Top 100 do ranking Shanghai) e que por conta de uma deslocaçáo posterior a essa mesma universidade, para conduzir actividades de investigação, que até tinham sido aprovadas pelo seu departamento, acabou despedido. Abaixo reproduzo um pequeno extracto desse "processo" inominável:

“…0 processo disciplinar recebido no Ministério foi, coerentemente, enviado à respectiva Auditoria Jurídica…e recebeu, nessa mesma data, a concordância do Auditor Jurídico, nele se concluindo que se não justificava a aplicação de uma “pena expulsiva”, pelo que…deveria o processo ser devolvido ao Reitor, com essa indicação…Este parecer foi “homologado” , por despacho do Secretário de Estado do Ensino Superior…A reacção da Universidade a esta decisão do Secretário de Estado foi “fantástica”: 0 Magnífico Reitor reuniu a Secção Disciplinar (apenas 5 dos seus 9 membros) e perante os presentes foi feito o resumo do “parecer” da Auditoria (com ligeiras deturpações pelo forma como foi referido), dando a entender que o processo fora devolvido à Universidade para esta proceder à “atenuação extraordinária da pena… Na verdade, o que se passara e foi mal explicado, foi que: O Secretário de Estado, a quem pertencia a competência para aplicar qualquer “pena expulsiva” não vira razão suficiente para tal e decidira não a aplicar…” https://mariolaima.dk/site/evora/Resumo.htm

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Será que aumentar a actual inflacção de doutorados é aquilo que presentemente melhor serve os interesses de Portugal ?


Uma pesquisa no site do IEFP revela que estão registados naquela plataforma, à procura de emprego, mais de 2600 pessoas possuidoras de um doutoramento. Em face desse anormal desencontro entre elevadas qualificações e aquilo que são as necessidades efectivas dos empregadores deste país, faz sentido que o Estado Português pretenda continuar a gastar dezenas de milhões de euros a financiar mais bolsas de doutoramento, para aumentar o desemprego de doutorados, ao invés de utilizar a mesma verba a financiar contratos aos melhores investigadores, sob pena deles serem "roubados" por universidades estrangeiras ? Vide a noticia que ontem apareceu na ScienceBusiness informando que a Alemanha pretende atrair 1000 investigadores estrangeiros de topo  https://sciencebusiness.net/international-news/germany-could-spend-part-its-eu500b-stimulus-package-attracting-us-scientists

Recordo também que há quatro anos atrás divulguei um caso lamentável, que foi trazido ao meu conhecimento por um colega da Universidade de Coimbra, que infelizmente não é único e que é bem prova da grossa incompetência (leia-se indigência) dos responsáveis políticos deste país, sobre uma jovem investigadora muito competente (foto supra) que foi forçada a abandonar este país, onde a incompetência é considerada currículo de mérito https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/03/quando-estar-desempregado-e-uma-medalha.html Felizmente que encontrou um lugar numa universidade da Suécia, onde ainda hoje trabalha, tendo a mesma, em poucos anos conseguido ganhar mais de 1 milhão de euros em projectos de investigação.  

Neste contexto recordo que no passado mês de Janeiro, a conhecida revista The Economist, puxou para a sua capa um titulo com más noticias, para aqueles que andaram a pagar o elevado custo de um MBA e no mês seguinte, divulguei um estudo que analisou 11 milhões de anúncios de emprego, o qual revelou que nos últimos anos, houve uma redução pela procura de candidatos com um diploma universitário, em favor de formações curtas em contexto de trabalho e microcertificações https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/02/examining-11-million-job-postings.html

PS - Excecionalmente, o Estado Português poderia continuar a financiar bolsas de doutoramento, mas somente nas áreas científicas mais competitivas, como por exemplo aquelas que estão entre as 100 melhores a nível mundiahttps://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/universidades-portuguesas-com-areas.html Coisa diferente mas não menos importante, é questionar porque que é que a imprensa de referência, por vezes tão ocupada com assuntos menores, ainda não teve tempo para descobrir quais são afinal as áreas e as universidades que formam mais doutorados para o desemprego.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Tokyo Scientists’ Insight Insurrection - Unleashing Brain‑Shattering Breakthroughs


Building on my previous post highlighting Aarhus University's recent analysis of creativity in research, I now draw attention to a newly published study from the University of Tokyo. This research indicates that breakthrough moments occur when individuals break free from repetitive thought patterns and engage in broader, long-range explorations within a knowledge network. The study suggests that true insight involves retrieving unlikely associations through optimal, expansive searches, rather than through numerous short-range attempts. https://www.nature.com/articles/s44271-025-00235-4

To cultivate genuine insight among students, universities should redesign curricula to foster cognitive flexibility and creative problem-solving. Implementing open-ended design thinking and project-based learning encourages students to explore diverse ideas and iterate solutions, moving beyond fixed thought patterns. Faculty development programs should equip instructors to recognize and interrupt cognitive fixation, promoting divergent questioning techniques. Assessment models should reward flexibility, and originality over single-answer correctness, aligning evaluation with the goal of nurturing innovative thinkers.

PS - The previous post 'Unveiling the Crucial Role of Divergent Thinking Among Early-Career Scientists' is also relevant in this context https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/04/unveiling-evolution-of-divergent.html

sábado, 19 de abril de 2025

A universidade que paga vencimentos mínimos acima de 10.000 euros/mês e que concede licenças sabáticas para os cientistas desenvolverem empresas


Ainda na sequência de um post de há um ano atrás, vide link supra, sobre as declarações nada modestas de um catedrático da Universidade do Porto, relativamente à capacidade de geração de empresas por parte do seu grupo de investigação, aproveito para divulgar o facto de hoje mesmo a revista Forbes, ter publicado um artigo onde analisa a tendência crescente dos cientistas se tornarem empreendedores através do lançamento de empresas de base tecnológica. https://www.forbes.com/sites/trevorclawson/2025/04/19/spin-out-strategy-turning-scientists-into-entrepreneurs/

Neste contexto recordo que num post anterior, do passado mês de Dezembro, no qual lamentei a inépcia (leia-se falta de coragem) da Presidente do ERC, Maria Leptin, mencionei o facto do famoso relatório Draghi ter criticado a inexistência de incentivos, a nível europeu, para que os investigadores se tornem empreendedores. Nesse post mencionei o caso da conhecida e prestigiada universidade ETH Zurich, a 5ª melhor universidade europeia de acordo com o muito conhecido ranking Shanghai (onde os professores-auxiliares ganham mais de 10.000 euros por mês), que concede licenças sabáticas aos seus cientistas para que se possam dedicar unicamente à criação de empresas   https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/12/where-is-courage-ercs-maria-leptin.html

Neste contexto particular, é pertinente referir que há poucos anos atrás, um capítulo de um livro indexado na plataforma Scopus, divulgou resultados de um estudo de investigadoras da universidade do Minho, que analisaram as respostas de duas centenas de estudantes de cursos de engenharia da mesma universidade (53% do campus de Gualtar e 47% do campus de Azurém), quanto às suas intenções de se poderem no fututo tornar empreendedores. Os resultados desses estudo mostraram que as jovens mulheres dessa área mostraram-se menos motivadas (do que os homens) para serem empreendedoras.  https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/90299 

Curiosamente, as autoras do referido capítulo, não citaram um estudo que tinha sido publicado dois anos antes, na revista Sec. Organizational Psychology, com resultados opostos. O mesmo incidiu sobre 644 estudantes Portugueses, de 21 universidades e de 7 institutos politécnicos, tendo concluido que as mulheres dessa amostra, de dimensão superior, apresentavam uma intenção empreendedora superior à dos  homens  https://www.frontiersin.org/journals/psychology/articles/10.3389/fpsyg.2020.615910/full 

PS - Ainda sobre o supracitado capítulo de livro, não posso deixar de registar positivamente, o facto das suas autoras terem feito questão de não deixar de referenciar obras altamente citadas, o que poderá contribuir (mostra a ciência) para o aumento do impacto da sua publicação.  

Autor TítuloCitações Scopus        
SchumpeterCapitalism, Socialism and Democracy20.249
Reynolds et al. GEM Executive Report1.886
Shapero Entrepreneurial Potential1.885
Krueger & Carsrud TPB applied to entrepreneurship1.199
Liñán & FayolleSystematic review on entrepreneurial intentions   989
ThompsonEI measurement scale   808
Mwasalwiba Entrepreneurship education   503

quinta-feira, 17 de abril de 2025

A critical commentary on the recent study of academic inbreeding of young researchers

 

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048733325000691 

Regarding the recently published paper in the Elsevier journal Research"Academic Inbreeding and Productivity of STEM Early Career Researchers in Different Environments" I feel compelled to express my disappointment with the emphasis placed on productivity. In my view, this approach risks oversimplifying the complex issue of academic inbreeding.

The selection of inbred researchers often results from flawed, and at times corrupt, recruitment processes. Academics appointed through such mechanisms are less likely to uphold the ethical standards that were once central—and remain essential—to the integrity of academia and the advancement of science https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/07/how-scientific-community-can-identify.html
Moreover, Horta et al. (2021) have demonstrated that the research agendas pursued by inbred faculty members are frequently not oriented toward genuine scientific discovery or groundbreaking innovation. These goals typically require a greater tolerance for uncertainty and risk—qualities that inbred academics frequently lack. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/study-on-academic-inbreeding-involving.html
My own country offers a telling example. Portugal, with a remarkably high proportion of inbred faculty, has achieved impressive productivity indicators. As early as 2012, the number of Scopus-indexed publications per million inhabitants exceeded Germany’s; by 2024, it was 50% higher. Yet, this output has not translated into corresponding scientific distinction: Portugal has not produced a single Nobel Prize laureate in the past 50 years, while Germany has received several. Similarly, Portugal continues to lag in high-impact publications and in the number of highly cited researchers. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/portugal-clear-case-study-highlighting.html
PS - I reproduce below the reply that I received from the author of the paper:


De: Слепых Виктория Игоревна 
Enviado: 17 de abril de 2025 09:32
Para: F. Pacheco Torgal 
Assunto: RE: Paper - "Academic Inbreeding and Productivity of STEM Early Career Researchers in Different Environments,"
 

Dear Pacheco Torgal,

 

Thank you for your attention to my article on academic inbreeding.

 

Firstly, I totally agree that bibliometric indicators have their limitations, and they poorly reflect the innovativeness of research. Other indicators should be investigated as well.

 

Secondly, it is impossible to disagree with you, that practice of academic inbreeding may be often based on non-merit principles, and related to nepotism and corruption. However, there are many other reasons for academic inbreeding.

For example:

1) low level of competition in the academic labour market due to the specificity of the system (high level of centralisation, so that many universities may have limited opportunities to attract good external candidates),

2) difficulties in recruiting external candidates because the university is located far away from all other academic organisations, or because an institute is focused on a specific narrow field, or because it is an elite university that finds it difficult to find a sufficiently qualified candidate from the outside,

3) low level of mobility due to the size of the country (as in Russia), high relocation costs, family issues,

4) or the mindset that "every sandpiper is great in his own swamp", which is quite common among Russians, and they do not feel the need to try out for other organisations or cities.

5) finally, inbreds may become researchers who are not in demand on the external academic labour market if their alma mater does not care about the quality of its personnel or cannot care about it due to lack of various resources.

 

It is not clear which of the above reasons is more widespread. Indeed, the factors of academic inbreeding are understudied. And they need further investigation.

My study only partially supports two of these reasons: inbreeding is more prevalent in more prestigious academic organisations and in regions with a poor academic labour market. My data also showed that less productive (in terms of number of Scopus-indexed papers) researchers often become inbreds in mass universities, while leading universities and research organisations tend to hire their own graduates who are more productive than those who left their alma mater (though these results are outside my recently published paper and I am still working on them). This partly supports the ideas about prestigious organisations and resource-poor organisations.

 

Each of these reasons may affect researchers’ performance in different way. It is a large task to study all these inbreeding factors, and an even greater challenge to assess the effect of inbreeding in any given case.

 

I continue to study academic inbreeding, as it is also very widely practiced in Russia. I appreciate your opinion and I would like to consider as many aspects of inbreeding as possible. I will try to address other issues that could be affected by academic inbreeding, as well as factors of this phenomenon.

 

Best regards,

Victoria Slepykh

terça-feira, 15 de abril de 2025

Ciência à Portuguesa: Métricas proibidas, rigor mínimo e classificações máximas

"...cerca de 75% das unidades de I&D foram avaliadas com Muito Bom ou Excelente, resultado difícil de conciliar com critérios de mérito exigentes..." https://www.publico.pt/2025/04/15/ciencia/opiniao/ciencia-portugal-avaliar-visao-financiar-coragem-2129865

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) divulgou hoje os resultados provisórios da avaliação das unidades de I&D, o resultado global esse, pode apreender-se na demolidora frase supra, da autoria do director do maior centro de investigação na área da ciência e da engenharia dos materiais, que foi novamente classificado com Excelente.

Porém, a meu ver, a maior injustiça desta "avaliação", é que muito embora haja áreas científicas em Portugal, que não conseguem entrar nem sequer no Top 500 do prestigiado ranking Shanghai, ao contrário de outras que aparecem no grupo das 100 melhores a nível mundial, é agora haver unidades das áreas mais competitivas que irão receber muito menos dinheiro do que outras unidades de áreas pouco ou nada competitivas, como por exemplo aquela mencionada no post scriptum deste post. 

Recordo que no passado, já eu por diversas vezes, tinha criticado a metodologia de avaliação das referidas unidades, porque só é possível avaliar aquilo que se consegue medir, como bem avisou um conhecido catedrático da universidade do Porto, porém nesta avaliação estavam paradoxalmente proibidas as métricas que interessavam a uma avaliação com um mínimo de rigor. Até mesmo a métrica, através da qual já foi possível acertar no nome de 75 vencedores do prémio Nobel, que é algo que a ciência Portuguesa, apesar de ser tão invulgarmente excelente, não consegue alcançar há mais de 70 anos. 

Bastante beneficiadas com a ausência de métricas são as unidades de maior dimensão, como por exemplo aquela mencionada no post scriptum deste post, facto esse igualmente reconhecido pelo referido catedrático da Universidade do Porto,  assim se ignorando que a Ciência já demonstrou que são precisamente as pequenas unidades e não as unidades gigantes que conseguem aquilo que a ciência Portuguesa não tem conseguido, ser mais disruptiva. Vide critica anterior aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/02/o-grande-laboratorioou-como-os.html

Tendo aliás em conta, que a absurda decisão de proibir de forma absoluta (leia-se catalogar todas as métricas como sendo coisa do diabo), foi tomada durante o inominável Governo de António Costa, é justo que agora se classifique a invulgar abundância de classificações máximas (quase 50% das unidades foram classificadas como Excelentes) que dela resultou, como socialismo científico.  

Declaração de interesses - Declaro que há alguns meses atrás divulguei uma das métricas utilizada no supracitado "maior centro de investigação na área da ciência e da engenharia dos materiais" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/10/definicao-de-outstanding-achievement.html

PS - Estando proibidas as métricas, alguém se admira que a tal unidade de investigação gigante, sobre a qual um catedrático da universidade do Minho, escreveu que "O assédio e a violência sexual, se não faziam parte do core business do CES, eram, no minimo, muito comuns" tenha sido classificada com Excelente, com um financiamento de quase 4 milhões de euros ? Ironicamente e apesar dos milhões de euros que recebeu no passado e dos milhões de euros que irá receber no futuro, esta unidade pertence a uma área científica que não consegue sequer entrar no top 500 do ranking Shanghai. 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Um livro anormalmente visualizado que desmente uma falsa narrativa sobre Portugal

A imagem infra corresponde a um extracto do ranking dos 7 (sete) posts mais vistos deste blogue nos últimos 6 meses, onde um post do inicio do mês Abril, sobre o meu último livro, https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/04/pronta-terceira-edicao-do-livro-mais.html não só se tornou o mais visto dos últimos 30 dias, mas entretanto já aparece em 5º lugar dos últimos 6 meses e sabe-se lá se não continuará a subir. E depois ainda quem se queixe (falsamente) que neste país as pessoas não ligam nenhuma à literatura científica !

quarta-feira, 9 de abril de 2025

‘Now is not the time for despair’: Why Scientists Must Choose Resistance

 

The call made in the February 2024 post (linked above), for scientists to step into the role of influencers is more urgent now than ever, as science faces unprecedented attacks. A recent article in Nature underscores the vital need for scientists to actively engage in media and political mobilization to protect the integrity of science from growing political interference. It highlights unionization and collective labor action as powerful tools not only in defending not just science, but democracy itself. 

The article leaves no room for complacency: it is time for scientists to rise and act, for inaction or weak compromises will only leave science vulnerable. Now is the moment for scientists to step forward, use their voices, and become the champions of truth and progress the world needs.  https://www.nature.com/articles/d41586-025-01062-7

domingo, 6 de abril de 2025

Catedrático da Universidade do Minho ataca a hipócrita indignação selectiva de Portugal


No seu último artigo no caderno principal do Expresso, o catedrático Luís Aguiar-Conraria, agora Presidente da Escola de Economia e Gestão da Univ. do Minho, escreve com grande à vontade sobre o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) que ao longo de décadas foi dirigido pelo catedrático Boaventura e em cursos de Verão organizados por aquele Centro, com um ambiente que ele caracterizou, como propiciando que as alunas se sentassem ao colo dos professores. E logo de seguida critica a hipocrisia da indignação, que percorreu Portugal de alto abaixo, relativamente ao vídeo em que alguns "influencers" terão violado um jovem de 16 anos, quando comparada com aquilo que ocorrreu no CES:

"O país anda chocado com três influencers que terão violado uma moça...A indignação é um pouco hipócrita. O assédio e a violência sexual, se não faziam parte do core business do CES, eram, no minimo, muito comuns. O CES é um viveiro de...pessoas com mestrados e doutoramentos, de professores que passam a vida a pregar a moral...Se esta gente se cala, são os palermas que viram um vídeo, provavelmente similar a outros vídeos pornográficos-há muitas violações simuladas na pornografia-que tinham a obrigação de falar ? Os rapazes serão condenados e muito bem. No CES, está tudo prescrito."

Declaração de interesses - Declaro que no passado critiquei o CES por incompreensivelmente receber milhões de euros do Orçamento de Estado sem que possuísse métricas de produção científica que minimamente os justificassem https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/05/os-milhoes-recebidos-pela-unidade-do.html

PS - Recordo que nem todos na Academia Portuguesa condenam o catedrático Boaventura, há quem o defenda de forma feroz, atacando a credibilidade das denunciantes: "Não é de descartar, mais uma vez, a hipótese de todas estas pessoas estarem simplesmente a imaginar, de modo revanchista, ou a efabular, sob um estatuto de presa num cenário de caça, cenários de transação sexual onde eles não existiam...https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/06/a-revista-universitaria-que-vem.html

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Harvard University: The Beginning of the End of Four-Year Colleges?



The study referenced in the linked post, which analyzes 11 million job advertisements from 2018 to 2024, highlights a growing corporate preference for skills over academic degrees. In this context, it is relevant to mention the recent book Who Needs College Anymore? Imagining a Future Where Degrees Won’t Matter, authored by a Harvard University researcher and founder of an Educational Design Laboratory, who advocates for skills-based education, career training, and market-driven credentials. https://hep.gse.harvard.edu/9781682539521/who-needs-college-anymore/

Regardless of corporate hiring trends and the time it may take for such a paradigm shift to materialize, it is crucial to recall the insightful and bold assertion made by the Chief Scientific Advisor to the Australian Government. He unequivocally stated that "Producing job-ready graduates isn’t universities’ job.” https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/the-university-of-future.html

Declaration of competing interests - If, as Fuller suggested, technology can sustain society with minimal labor, the real issue shifts from production to fair distribution. The question then becomes whether societies can transcend their work-based identity and redefine human purpose beyond employmenthttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/university-mission-in-jobless-future.html

PS - To provide further context on my own stance, I include below a brief excerpt from a document I prepared in 2017 for an international application. This text was later partially reproduced in my blog in 2019:  "...Initially established in medieval times with the noble mission to pursue a "triadic structure of human engagement with the world", Truth (Academic Inquiry and Knowledge), Good (Ethics and Morality), and Beauty (Aesthetics and Culture), universities underwent a gradual evolution towards a more utilitarian purpose over time. While some managed to strike a delicate balance between their original ideals and practical utility, many universities lost their way. Continuing down this misguided path poses the risk of universities deviating from their true essence, resembling neither genuine educational institutions nor corporations. In my vision, universities play a distinctive role in inspiring, instilling hope, and nurturing the development of sustainable citizens essential for constructing the envisioned Type One Civilization—a society characterized by multiculturalism, tolerance, and a steadfast commitment to scientific progress..." https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/the-role-of-academia-towards-type-1.html

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Pronta a terceira edição do livro mais citado, sobre um mercado que movimenta mais de 100.000 milhões de euros anualmente


Em 2013 foi publicada a primeira edição de um livro, contendo 24 capítulos, sobre o importante tema da reciclagem de resíduos de construção e demolição, que entretanto se tornou, entre aqueles que foram selecionados para indexação na Scopus, de longe, o mais citado a nível mundial, nessa área.  Vide link supra. A segunda edição foi publicada em 2020. E agora chega a terceira edição, que já está pronta e que começará a ser vendida daqui a poucas semanas. Capa abaixo. Recordo que os resíduos de construção demolição constituem um mercado que movimenta mais de 100.000 milhões de euros, sendo expectável que nos próximos sete anos atinja quase 200.000 milhões de euros https://www.fortunebusinessinsights.com/construction-and-demolition-waste-management-market-105550



terça-feira, 1 de abril de 2025

Catorze instituições de ensino superior públicas com uma produção nula

Se reputei de escandaloso, no post supra, que no ano de 2023, a produção conjunta de várias universidades públicas, em termos de livros indexados na Scopus, foi inferior à de um certo Politécnico, tenho de considerar igualmente escandaloso que em 2024 o mesmo Politécnico tenha conseguido produzir mais livros do que várias universidades públicas. 

E não menos escandaloso é que haja 14 instituições, onde trabalham centenas de docentes doutorados, que durante 2024 foram incapazes de produzir um único livro selecionado para indexação na Scopus. Recordo que em posts anteriores, mostrei que algumas delas, há vários anos que não conseguem produzir um único livro indexado. Tenha-se presente que durante o ano de 2024, a universidade de Oxford produziu mais livros indexados do que todas as universidade e politécnicos Portugueses juntos (públicos e privados).

U.Lisboa……….36 livros 
U.Coimbra……..32
U.Porto…….…..22
U.Minho.............21
U.Aveiro…….….17  
U.Nova………....14
UALG..................11
ISCTE.................11
Pol. Porto…….….5
Pol. Setubal…......3
Pol. Portalegre.....2
Pol. Leiria…..…...2
Pol. Bragança......2
U.Aberta..............1
UBI......................1
U.Évora……....…0
UTAD..................0
U.Madeira………0
UAçores..............0
IPCA....................0
Pol. V.Cast……....0
Pol. Santarém......0
Pol. Viseu…..…...0
Pol.Guarda.…......0
Pol. Lisboa…..…..0
Pol. Coimbra….....0
Pol. Beja….…...…0
Pol. Tomar…...…. 0
Pol. C.Branco....…0