quinta-feira, 31 de outubro de 2024

IA Generativa na Educação: Uma análise sobre a sua utilização nas 100 melhores universidades dos EUA


 

Ainda na sequência do post anterior, acessível no link supra, sobre o Catedrático da Universidade do Minho, que apelidou de tolos, os professores que tem medo que os alunos façam trabalhos usando o ChatGPT, faz todo o sentido divulgar um artigo muito recente, publicado ontem na revista Computers & Education: Artificial Intelligence,  que examina a forma como é utilizada a IA Generativa nas 100 melhores universidades dos EUA https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666920X24001292#se0170

PS - Quando se pergunta ao ChatGPT quais são as maiores desvantagens que podem advir da utilização da IA na educação a resposta é aquela, bastante instrutiva, que abaixo se reproduz: 

  1. Reduced Human Connection: AI lacks the empathy and intuition that human educators provide. Building motivation, fostering curiosity, and responding to students' emotional needs often require a human touch that AI can’t replicate.

  2. Over-Reliance and Decline in Critical Thinking: Excessive reliance on AI for answers can reduce students' critical thinking skills. Instead of analyzing problems themselves, students might default to AI-generated responses without fully understanding the underlying concepts.

  3. Privacy and Ethical Issues: AI systems often collect significant amounts of student data, raising concerns around privacy, data security, and potential misuse of personal information, especially in educational contexts involving minors.

  4. Access and Equity Challenges: Not all students have equal access to the technology needed for AI-based learning, potentially widening the gap between students of different socioeconomic backgrounds.

  5. Potential for Bias and Inaccuracy: AI models can inherit biases from their training data, which can lead to biased or incorrect outputs. If unmonitored, these inaccuracies can misinform students and introduce unfairness in automated assessments.

  6. Risk of Teacher Displacement and Curriculum Narrowing: AI could be seen as a cost-saving substitute for human teachers, potentially diminishing the quality of education. Additionally, over-reliance on AI tools may push curricula toward standardized approaches, limiting space for creative and critical thinking.

  7. Algorithm Dependence: AI-driven learning can create dependence on standardization, which may discourage unique, non-standard approaches that showcase deep, creative understanding of complex material.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Paper__How 100 Top U.S. Universities Are Navigating Generative AI in Education

 


Building upon the insights presented in the recent post, Advancing Tutor Training Through GPT-4: A Breakthrough Study from Carnegie Mellon (referenced above), it is pertinent to draw attention to a newly published paper in Computers & Education: Artificial Intelligence.

This research investigates the landscape of Generative AI policies, statements, guidelines, and resources across the leading 100 universities in the United States. Through meticulous analysis, the study finds that a substantial 81.7% of these institutions have curated resources offering foundational technical knowledge on Generative AI. These resources are crafted to facilitate instructors' comprehension and exploration of the potential applications of Generative AI within educational settings. Furthermore, the study reveals that 53.8% of the surveyed institutions actively promote the pedagogical advantages associated with Generative AI. Additionally, 54.8% of these universities empower instructors to autonomously define and implement classroom policies related to Generative AI usage, underscoring a flexible approach toward integrating AI in instructional practices https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666920X24001292#se0170

PS - In the concluding phrase of a prior post, I raised the question of whether Europe is prepared to adopt a ruthless American-style business ethos in its quest for economic success. Now, in the context above, I must ask: should Europe—and the rest of the world—uncritically follow America's hasty and imprudent push to adopt generative AI in education?

As universidades "distraídas" que deixam os seus investigadores de cabelos em pé


O ranking Elsevier-Stanford de investigadores altamente citados (o único a nível mundial que consegue cumprir três requisitos básicos) e que foi tornado público no passado dia 16 de Setembro, foi divulgado pelas universidades públicas em momentos bastante diferentes:

19 e 20 de Setembro........U.Évora, U.Minho e U.Aveiro
23, 24 e 25 Setembro.......U.Porto, U.Lisboa, U.Nova, U.Madeira e ISCTE
10 de Outubro..................U.Coimbra
24 Outubro.......................UALG
28 de Outubro..................UBI

Estranhamente a última universidade da lista, achou preferível em 25 de Setembro divulgar um "ranking" que nomeei na altura como sendo o ranking da Asnice Delirante, "distracção" essa que sem dúvida alguma deve ter deixado com os cabelos em pé, os investigadores daquela universidade, constantes do ranking Elsevier-Stanford, que ainda tiveram de esperar mais de 30 dias para ver a sua universidade reconhecer publicamente o seu mérito. 

Uma hipótese para explicar a referida "distracção", passa por admitir que alguém na UBI, pretendeu agradar ao seu Magnifico Reitor (foto supra), já que o nome daquele aparecia destacado na noticia sobre o ranking da Asnice Delirante, mas a ser assim, trata-se de um autêntico tiro logo nos dois pés em simultâneo, pois essa pessoa mostrou que ignora que o ranking da Asnice Delirante, só é apreciado por dois tipos de investigadores, os especialistas da auto-satisfação, leia-se os especialistas em auto-citações e aqueles sem escrúpulos, que se aproveitam das conhecidas fragilidades do Google Académico, que rastreia tudo, incluindo até mesmo publicações que são apenas grosseiras falsificações  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/05/paper-how-to-exploit-chatgpt-for-large.html 

terça-feira, 29 de outubro de 2024

O misterioso vírus da irrelevância científica que atacou forte nas instituições de ensino superior localizadas abaixo do rio Mondego


No conhecido ranking de investigadores altamente citados Elsevier/Stanford de 2024, há 633 investigadores no ficheiro carreira, que trabalham em instituições Portuguesas. Nos primeiros 78 lugares, não há um único investigador de um instituto politécnico, porque aquele que lá aparece nomeado já faleceu https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/09/portugal-os-100-investigadores-mais.html

Entre esses 633 investigadores, há apenas duas dezenas pertencentes a institutos politécnicos, o que representa apenas 3 (três)% do total, mas o mais estranho é que 90% dos investigadores dos politécnicos que aparecem nesse ranking, pertencem a instituições localizadas acima do Rio Mondego, o que diz bastante sobre a baixa relevância, das investigações, produzidas nos institutos Politécnicos localizados abaixo do Rio Mondego.  

E agora que os Politécnicos passaram a estar habilitados a atribuir o grau de Doutor (Lei nº 16/2023 do Governo de António Costa), deveria pelo menos limitar-se essa possibilidade somente aos professores desse subsistema, com uma obra científica minimamente relevante, para evitar que aqueles possuidores de uma obra irrelevante, leia-se de esterilidade científica comprovada, prejudiquem de forma irreversível a carreira dos futuros doutorados, como foi demonstrado num estudo de 2019 de investigadores da UCLondon https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/junior-researchers-who-coauthor-work.html e foi novamente demonstrado num outro estudo publicado este ano, que foi mencionado na prestigiada revista Science https://www.science.org/content/article/budding-scientists-inherit-career-success-or-lack-it-their-mentors 

PS - Sobre os politécnicos onde a irrelevância científica parece ser "tradição", sendo incapazes de produzir um único artigo que receba mais de 300 citações Scopus revisite-se o post https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/01/ranking-da-irrelevancia-cientifica.html

Pode a genética explicar que Portugal seja campeão do consumo de ansiolíticos ?

 

Na sequência do post de 25 de Dezembro de 2019 (acessível no link supra) onde se fez referência ao facto de haver um gene que só é encontrado em Portugal, e no contexto do nosso país, ser o campeão do consumo de ansiolíticos entre os 34 países da OCDE, faz sentido divulgar o vídeo, onde participa um médico especialista e investigador da universidade de Lisboa, que uma pesquisa Scopus revela que o seu artigo mais citado se foca na ansiedade, sob o título "Reliability and validity of the Portuguese version of the Generalized Anxiety Disorder (GAD-7) scale", vídeo esse no qual se sugere uma causa de natureza genética para a referida ansiedade. https://www.youtube.com/watch?v=50-Gc320CNo 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O novo artigo do catedrático (das lacunas cognitivas) e os conselhos de dois investigadores da U.Cambridge sobre o GPT



O tal catedrático que critiquei no post supra, por conta de um artigo pouco feliz, mas que apesar desse lapso merece consideração, pelo menos sobre temas da sua área científica, pois uma pesquisa na plataforma Scopus revela que ele possui seis artigos que receberam mais de 150 citações, o que o coloca muito à frente de muitas dezenas de catedráticos Portugueses, vide lista no link https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/ranking-de-investigadores.html escreve esta semana sobre a hipótese formulada pelo Luis Garicano (que foi catedrático de economia na U.Chicago e agora é catedrático na London School of Economics) da inteligência artificial poder ter um impacto na prosperidade "tão grande quanto o das máquinas na revolução industrial", e que ele designa por tecno-optimismo. 

Curiosamente, nesse artigo ele não faz qualquer referência aos benefícios potenciais da utilização da inteligência artificial para detectar esquemas fraudulentos associados às criptomoedas, como foi o recente escândalo FTX, que se estima que até hoje já tenham provocado prejuizos de aproximadamente 100.000 milhões de euros. A este respeito vale a pena ler o artigo que foi publicado na semana passada, precisamente sobre a referida utilização, com o esclarecedor título "ChatGPT: a Canary in the Coal Mine or a Parrot in the Echo Chamber? Detecting Fraud with LLM: the Case of FTX" https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1544612324013783#sec0006

PS - Ainda sobre o ChatGPT, faz sentido revisitar a conversa entre Vaughan Connolly e Steve Watson,  dois investigadores da Faculdade de Educação da prestigiada Universidade de Cambridge, que oferece uma visão detalhada sobre as oportunidades, desafios e possibilidades do ChatGPT. https://news.educ.cam.ac.uk/230403-chat-gpt-education  Nela se defende que o valor real do ChatGPT não está tanto na "criação" de conteúdos, mas na possibilidade do GPT ser utilizado como uma ferramenta que pode ajudar os alunos a apurar ideias e organizar argumentos, permitindo que o foco seja dirigido a questões mais profundas. Nela também se sugere que os professores devem incentivar os alunos a examinar criticamente os vieses que podem estar presentes nos conteúdos gerados por esse modelo de IA generativa, o que por sua vez pode promover uma compreensão mais rigorosa do GPT como uma ferramenta valiosa, mas imperfeita, necessitando de validação. 

domingo, 27 de outubro de 2024

The Humiliation of France’s Immense Pride: When a Nation Can’t Keep Its Best Minds

 

Following my October 11 email, below, specifically in the section addressing the challenges of “generating, retaining, or attracting talent,” it is essential to highlight a significant recent development: a Chinese university has successfully recruited a Nobel Prize-winning French physicist https://www.scmp.com/news/china/science/article/3283624/french-nobel-winning-laser-scientist-gerard-mourou-joins-chinas-top-university

This incident highlights a profound shift in global academic influence and reflects China's growing capacity to attract high-caliber talent from Europe, a point underscored in The Economist, which recently reported that: "China is now a leading scientific power. Its scientists produce some of the world’s best research...They contribute to more papers in prestigious journals than their colleagues from America and the European Union and they produce more work that is highly cited"

Such developments are cause for significant concern regarding Europe’s future. The recently published Draghi report of October 9 emphasizes the gravity of the situation, pointing to what it describes as an existential threat to European competitiveness and leadership. This latest instance—where a prosperous and historically influential nation like France is unable to retain one of its most distinguished scientists—serves as a stark reminder of this challenge.

PS – As former Italian Prime Minister Enrico Letta aptly observed on October 14, “If Europe does not act, we will simply end up debating whether we want to be a Chinese or an American colony.”



From: F. Pacheco Torgal
Sent: October 11, 2024, 07:06
To: eng; eng-researchers
Subject: The Definition of “Outstanding Achievement” According to the Largest Research Center in Materials Science and Engineering

Regarding the previous post on the top 100 researchers ranked in the Stanford listing (https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/09/portugal-os-100-investigadores-mais.html), two days ago, a colleague from a northern Portuguese university suggested a finer analysis by subfield, as per the email below (I have omitted his identity). 

In response, I explained that I couldn't take on this task due to lack of time, but I told him this analysis should ideally be conducted by the DGEEC or by each university, as a way to assess the international influence of their researchers, which is an efficient method to gauge these universities’ ability to generating, retaining, or attracting talent,” – something Portugal desperately needs. See, for instance, the August 5 news on the AICEP website titled “Brain Drain Undermines Development in Northern Portugal,” although every year our country passively watches talent exit to nations highly competitive in attracting talent, as illustrated by the Global Talent Competitiveness Index 2023.

In fact, a well-known research unit at the University of Aveiro, which describes itself as “the largest Portuguese research center in materials science and engineering,” did exactly this by tallying how many of its researchers ranked in the top five of each subfield, classifying this performance as an Outstanding Achievement.

A humilhação do imenso orgulho Francês e a antevisão de um futuro muito pouco brilhante para Portugal


Ainda sobre o email de 11 de Outubro, abaixo, na parte sobre "gerar, reter ou atrair talento", faz sentido divulgar o impressionante facto de uma universidade Chinesa ter acabado de contratar um cientista Francês que ganhou o Nobel da Física.  

Ou seja, já não bastava aquele país asiático, ter aparecido este ano, na capa da revista The Economist, num artigo que na altura divulguei e comentei onde foi possível ler que:
 "China is now a leading scientific power. Its scientists produce some of the world’s best research...They contribute to more papers in prestigious journals than their colleagues from America and the European Union and they produce more work that is highly cited"

E como se isso já não fosse suficientemente mau para o futuro da Europa, como o mostrou recentemente o relatório Draghi, divulgado no dia 9 de Outubro, onde até se fala de uma ameaça existencial agora fica-se a saber que a Europa, ou melhor, um país rico e orgulhoso como é a França, já nem sequer consegue reter os seus melhores cientistas. E se assim é na França, imagine-se então qual será no futuro a capacidade de Portugal conseguir reter os seus talentos ! 

PS - No passado dia 15 de Outubro, o catedrático jubilado Vital Moreira, reproduziu no seu blogue, uma frase de um ex-Primeiro Ministro Italiano, que resume o futuro da Europa da seguinte forma, ou a Europa acorda e faz pela vida ou então só lhe sobrará a "escolha" entre ser uma colónia, Americana ou Chinesa !



De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 11 de outubro de 2024 07:06
Para: eng-todos; eng-investigadores
Assunto: A definição de "Outstanding Achievement" segundo o maior centro de investigação na área de ciência e engenharia dos materiais
 
Relativamente ao post anterior, sobre os 100 investigadores melhor classificados no ranking Stanford https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/09/portugal-os-100-investigadores-mais.html há 2 dias um Colega de uma universidade do Norte do país, que não é aquela onde exerço funções, sugeriu-me uma análise mais fina por sub-área, vide email abaixo, onde apaguei a sua identidade, porém na resposta expliquei-lhe que não o poderia fazer por falta de tempo, mas disse-lhe que esse deveria ser um trabalho a ser feito pela DGEEC ou por cada uma das universidades, como forma de avaliarem o grau de influência internacional dos seus investigadores, que é uma forma expedita de avaliar a capacidade dessas universidades serem capazes de gerar, reter ou atrair talento, que Portugal precisa desesperadamente, vide noticia de 5 de Agosto no site do AICEP "Fuga de talento mina desenvolvimento no Norte de Portugal", mas que todos os anos se limita passivamente a ver sair, com destino a países que são altamente competitivos a atrair talento, vide Global Talent Competitiveness Index 2023, https://www.insead.edu/system/files/2023-11/gtci-2023-report.pdf

E de facto uma conhecida unidade de investigação da universidade de Aveiro, que se descreve como sendo "o maior centro de investigação português na área de ciência e engenharia dos materiais" fez isso mesmo e contabilizou quantos dos seus investigadores apareciam nos 5 (cinco) primeiros lugares de cada sub-área, classificando esse desempenho como sendo um Outstanding Achievement https://www.ciceco.ua.pt/?tabela=geral_article&menu=255&language=eng&id_article=2281

PS - Pela parte que me diz respeito, desde 2019, que estive todos os anos, entre os 3 (três) primeiros lugares da minha área científica no ranking Stanford.


De: AAA
Enviado: 9 de outubro de 2024 10:01
Para: F. Pacheco Torgal 
Assunto: A propósito do Ranking Stanford/Scopus
 
Caro Fernando,
Olhando para os indicadores Stanford/Scopus pergunto-me se não seria interessante um post relativo à posição dos investigadores portugueses no ranking sub-field, uma vez que é talvez aquele que melhor mostra a relevância individual? 
Cumprimentos,

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O Ministro manhoso que acha que os contribuintes Portugueses são idiotas


A revista Sábado está de parabéns, por mais uma vez, ter prestado um excelente serviço aos contribuintes, porque não se resignou com as sucessivas tentativas da Câmara de Municipal de Cascais, no sentido de impedir que a mesma pudesse ter acesso ás facturas de dezenas de milhares de euros, gastos em almoços, que agora Ministro Pinto Luz, teve com os seus amigos, quando até há pouco tempo foi Vice-Presidente daquela Câmara.  

Para esse efeito, foi necessário que a revista Sábado tivesse começado por solicitar à Câmara de Cascais as tais facturas, solicitação essa que ficou sem resposta. Seguidamente a revista Sábado fez uma queixa à CADA (Comissão de Acesso a Documentos Administrativos) sobre essa falta de resposta. E mesmo depois da CADA ter dado razão á revista Sábado a Câmara de Cascais fechou-se em copas. 

Foi por isso necessário que a revista Sábado tivesse de intentar uma acção no Tribunal Administrativo, perante a qual a referida Câmara, ainda teve o supremo descaramento de alegar que os contribuintes não tem nada que saber com quem os autarcas almoçam. Ou seja, os contribuintes só tem direito a pagar a factura e não tem que saber se o autarca está a pagar o almoço à família, aos amigos ou a alguma amante (ou amante). Felizmente porém que o tribunal através da juíza Inês Martins Santos rebateu os argumentos da Câmara de Municipal de Cascais e deu razão à revista Sábado.

A Câmara Municipal de Cascais, essa contudo, não ficou mesmo nada contente com essa sentença e logo apresentou recurso da mesma (sendo esse recurso obviamente pago pelos contribuintes). Felizmente, que como se pode ler no artigo, um colectivo de juízas do TCA "recusou as alegações da CMCascais em toda a linha", o que permitiu assim à revista Sábado, e aos contribuintes, ficarem agora a saber quem foram afinal os amigos do atual Ministro Pinto Luz, que andaram a comer de borla por conta dos impostos dos contribuintese onde, pasme-se, até aparece o ex-politico milionário Manuel Dias Loureiro.

Segundo a revista Sábado, um dos amigos do manhoso Ministro Miguel Pinto Luz, que também andou a comer à conta dos desgraçados contribuintes Portugueses, foi o putativo candidato presidencial Marques Mendes, que sem vergonha na cara, mandou dizer à revista Sábado, que "a prática dos almoços é banal". E depois ainda há quem tenha ficado surpreendido com os resultados de uma sondagem que revelou que o actual Almirante Gouveia e Melo é quem lidera as preferências de votos para o cargo de próximo Presidente da República, muito à frente do referido infeliz Marques Mendes !  https://www.publico.pt/2024/09/25/politica/noticia/sondagem-gouveia-melo-favorito-presidenciais-2026-2105523

Se existem no nosso país mais de 300 Câmaras Municipais, e se em cada uma delas, o Presidente e o Vice-Presidente gastarem um mínimo de 400 euros por mês em almoços com amigos, isso significa que nos últimos 50 anos esta classe politica miserável gastou mais de 70 milhões de euros só em almoçadas. Mas como nos restaurantes nada baratos, que estes autarcas costumam frequentar, 400 euros dá apenas para um máximo de 4 almoços, e em muitos casos nem sequer dá para dois almoços, portanto a conta real das almoçaradas é muitíssimo superior. E nem é bom falar sobre quanto é que os contribuintes deste país tiveram que gastar nos últimos 50 anos em viaturas topo de gama (incluindo até mesmo veículos da marca Porsche), para os Presidentes e Vice-Presidentes das referidas três centenas de Câmaras, pois ai a conta salta para largas centenas de milhões de euros. Ou das infames pensões vitalícias criadas em 1985 (através de um acordo entre PSD e PS) e cujo montante global já pago também ascende a centenas de milhões de euros. https://observador.pt/2022/03/19/acordao-diz-que-armando-vara-recebe-mais-do-dobro-da-subvencao-vitalicia-do-que-valor-que-e-publico/

PS - No longo e bastante completo artigo publicado na revista Sábado, pode ainda ler-se que durante a anterior legislatura o partido Iniciativa Liberal e o PAN, propuseram que os pareceres do CADA (que agora valem menos do que lixo) passassem a ser vinculativos, para dessa forma evitar o recurso aos tribunais, sem surpresa porém, essa proposta não foi aprovada, pela simples razão que isso não interessa nada, nem ao PS, nem ao PSD, os partidos que dominam a esmagadora maioria (85%) das Câmaras Municipais, pois dessa forma qualquer pessoa poderia ficar a saber o que é que realmente se passa nessas Câmaras, como agora se ficou a saber através do referido artigo da revista Sábado. 

Argos’s Risk Scores: Scientific Accountability or Author Shaming?

 

Following up on the previous post about a study from the University of Bern tracking errors in academic papers (linked above), it's worth highlighting a recent article in Nature that offers an in-depth look at Argos, a newly launched science-integrity platform. Argos aims to identify potentially problematic research papers by assigning risk scores based on factors such as the authors' publication history and the extent to which the work cites previously retracted studies.  https://www.nature.com/articles/d41586-024-03427-w  

However, Argos raises several concerns despite its intention to flag high-risk papers. A high-risk score does not automatically indicate that a paper is of poor quality or fraudulent. Its heavy reliance on retraction history can result in false positives, potentially penalizing authors for past associations rather than reflecting the actual quality of their current work. Furthermore, the use of open data sources, such as Retraction Watch, increases the risk of misidentifications, particularly with common author names. Labeling papers as high-risk without thorough investigation may lead to misguided actions. Additionally, Argos's commercial interests could present a conflict of interest, fostering excessive retractions to protect reputations rather than ensuring genuine integrity.

Declaration of Competing Interests - In 2019, I authored a critique of Retraction Watch in a post entitled 'Public Shaming in Academia or Sharia Law in Academia?'  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/public-shaming-in-academia.html

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Reconhecer o mérito a quem o merece: Pódio da UPorto, ULisboa, UNova e UMinho

 https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/10/ubi-dar-merito-quem-realmente-o-merece.html

Na sequência do post supra, sobre os investigadores da UBI, melhor classificados no ranking Stanford-Elsevier entre 2019 e 2024, reproduzo abaixo o nome dos investigadores que integraram o pódio nas universidades do Porto, de Lisboa, da U.Nova e da U.Minho.




German-Swiss study shows that 2 million European homes could abandon the grid

 


Following up on my previous post, available at the link above, where I discussed an interesting article by two researchers from the University of Cambridge,  I would like to highlight another study conducted by researchers from universities in Germany and Switzerland. This study investigates the potential for energy self-sufficiency in 41 million homes across Europe and concludes that 53% of these homes could achieve this using photovoltaic panels and battery storage systems. Furthermore, the article estimates that by 2050, approximately 2 million homes could fully disconnect from the electrical grid. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2542435123004026

Paradoxically, these scenarios may not be as ambitious as they initially appear. A home that disconnects from the grid and becomes energy self-sufficient does not necessarily yield substantial benefits, particularly when considering not only the financial costs but, more critically, the urgent need for the decarbonization of the building sector. Decarbonization extends beyond energy production to include the materials used in construction—an essential factor that is often neglected. Unfortunately, this oversight is shared by several individuals, even those with significant academic credentials, as I have previously critiqued https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/addressing-euronews-oversight-essential.html

PS - It is essential to emphasize that the recent Draghi report highlights decarbonization as a pivotal element in bolstering EU competitiveness https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/09/recalling-my-past-clash-with-german-mp.html

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

UBI: Dar mérito a quem realmente o merece

 


Depois de anteriormente ter criticado os responsáveis da Universidade da Beira Interior, por em má hora terem dado crédito a um ranking de investigadores da treta, aproveito agora para divulgar o nome daqueles Colegas, que muito meritoriamente, desde 2019, quando pela primeira vez foi publicado o conhecido ranking Stanford-Elsevier, tiveram lugar no pódio anual daquela instituição, sem desvalor da obra de muitos outros Colegas na mesma instituição, cujo nome também consta do mesmo ranking, e que também merecem reconhecimento, pois também contribuíram para ajudar Portugal a sair da irrelevância científica.https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/08/picec-processo-de-irrelevancia.html  

PS - O investigador João Catalão, agora professor catedrático na universidade do Porto, merece uma menção especial, porque embora não aparecendo no pódio da UBI a seguir a 2019, a justificação para isso deve-se ao facto do seu nome aparecer nos ficheiros do ranking Stanford-Elsevier, como pertencendo à universidade do Porto, onde muito meritóriamente integrou o pódio daquela instituição em 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024. 

Addressing the Paradox of Excellence in Research: The Role of GPT at the U. of Oslo


A recent study titled "Are Outstanding Researchers Also Top Teachers?" examined the relationship between research productivity and teaching effectiveness in higher education, shedding light on the so-called excellence paradoxThe findings reveal that while highly productive researchers often excel in teaching due to their up-to-date knowledge enriching classroom instruction, they tend to receive lower teaching evaluations.  https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0038012124002982#sec5

The authors of the paper argue that this discrepancy likely stems from the heavy demands of research, which restrict the time and energy top researchers can invest in teaching. These scholars, consumed by their drive to push the boundaries of their fields, may simply deprioritize teaching. While this explanation makes sense, it's also possible that many of these researchers are simply not as interested in teaching, viewing it as secondary to their primary focus on research. 

Still, if their hypothesis is correct, leveraging GPT could be a valuable solution to help alleviate the time constraints faced by top researchers. Interestingly, the University of Oslo (UiO) has already embraced AI innovation with a custom service called GPT UiO. Tailored to meet strict European privacy regulations (GDPR), this platform empowers both students and staff to harness GPT models for a wide range of academic and administrative purposes, including writing assignments, supporting research, and even programming tasks. https://www.uio.no/english/services/ai/teacher/

PS - Several prominent researchers, including two-time Nobel laureate in Physics John Bardeen, are reported to have preferred research to teaching. Bardeen was characterized as a reserved individual who tended to avoid the spotlight, including the classroom setting. Similarly, other Nobel laureates, such as Barbara McClintock in Medicine and Eric Betzig in Chemistry, have also articulated a preference for research over pedagogical responsibilities. 

domingo, 20 de outubro de 2024

A professora da UCoimbra que ensina aos catedráticos que eles não estão acima da lei


O jornal Público dá hoje conta da luta de uma corajosa professora da Universidade de Coimbra, que já levou 5 (cinco) concursos a tribunal e em dois deles já teve ganho de causa em virtude de sentenças do Supremo Tribunal Administrativo que lhe foram favoráveis. https://www.publico.pt/2024/10/20/sociedade/noticia/professora-luta-ha-14-anos-tribunais-concursos-justos-universidade-coimbra-2108664

No referido artigo a parte escandalosa é aquela onde se pode ler: "um dos membros do júri defendeu a exclusão do candidato vencedor, considerando que este mencionara factos falsos no seu currículo, mas o júri acabou por não colher a proposta". facto esse que aliado a uma noticia de 2020, quando se ficou a saber que numa outra universidade, uma professora foi acusada de ganhar um concurso com um currículo contendo falsas declarações, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/10/professores-universitarios-podem-mentir.html torna obrigatória a interrogação, afinal quantos professores universitários ganharam concursos em universidades públicas, com um currículo contendo factos falsos ?

PS - No contexto supra, convém recordar aquilo que um corajoso Professor Associado com Agregação, escreveu num artigo que foi publicado na revista do Sindicato do Ensino Superior, que todos aqueles que se atrevem a contestar concursos académicos em tribunal, estão a atacar os catedráticos jurados nesse concurso e que por essa afronta devem ser punidos.  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/10/a-vinganca-cobarde-dos-catedraticos.html

Declaração de interesses - Declaro que já coloquei vários concursos académicos em tribunal e que pelo menos um dele foi anulado por violação da lei, estando outros há mais de uma década ainda à espera de sentença.  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/04/pretendo-intentar-uma-acao_4.html

sábado, 19 de outubro de 2024

Uma nova e pertinente dúvida sobre o maior centro de investigação na área de ciência e engenharia dos materiais da Univ. de Aveiro

 

Na mesma página onde revela com indisfarçável orgulho que até ao momento já gerou 8 spin-offs (post acessível no link supra), o referido maior centro de investigação na área de ciência e engenharia dos materiais (CICECO), revela também que tem um "portfólio de mais de 250 patentes". Contudo esse número, aparentemente "excelente", tem que ser contextualizado no depauperado contexto nacional, em que ao contrário que acontece lá fora, as empresas nacionais fazem muito pouca ou práticamente nenhuma investigação, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/08/a-prova-inequivoca-da-fraca.html  

Mas muito mais importante do que o número total, é saber qual é efectivamente o valor dessas patentes, sobre o qual nada é dito na referida página do CICECO. Nem sobre o eventual valor económico, nem sequer sobre o seu valor científico, aferido pelas citações que essas patentes possam ter recebido, que são dois indicadores relevantes, para avaliar o valor de uma patente, vide artigo cujos autores, pertencentes a instituições de vários países, analisaram quase 2,5 milhões de patentes: Xu, S., et al. Citations or dollars? Early signals of a firm’s research success. Technological Forecasting and Social Change, 2024, 201: 123208.  

Mas se nada é dito sobre o valor das patentes produzidas no centro CICECO, das duas uma, ou não o conseguem quantificar, o que é difícil de acreditar, até porque há empresas que se dedicam a apurar esse valor, como por exemplo a mediatizada Patent Vector, ou então esse valor é reduzido e é por isso que evitam divulgar essa deslustrosa informação. 

PS - Segundo um artigo muito esclarecedor que foi publicado na prestigiada revista The Economist, a maioria das patentes não tem qualquer valor, sendo apenas lixo intelectual https://pachecotorgal.com/2022/08/31/the-economist-the-inventors-whose-patents-are-worth-billions/ E foi também por essa ponderosa razão que responsáveis da Comissão Europeia mandaram dizer que é muito mais importante criar valor e muito menos patentear propriedade intelectual, relativamente à qual até dizem que há uma obsessão que não é saudável (leia-se doentiahttps://sciencebusiness.net/news/start-ups/ecosystem-forget-patent-protection-think-value-creation

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

"A academia em Portugal é muito atrasada, contrária ao mérito e medíocre"


A frase que dá título a este texto é de um catedrático Português e consta da capa de um semanário que foi publicado hoje. É verdade que ele se limita a dizer o que já disseram muitos outros catedráticos antes dele, cujos testemunhos não por acaso compilei aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/endogamia-academica-e-viciacao-concursal.html 

E o facto da Academia Portuguesa aparecer desgraçadamente abaixo da Grécia e do Chipre num recente ranking não deixa de lhe dar bastante razão https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/09/nobel-para-ciencia-portuguesa-clarivate.html E mais ainda lhe dá razão o facto de na Academia Portuguesa haver catedráticos cuja mediocridade anda a prejudicar de forma irreversível a carreira de jovens doutorados https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/08/o-melhor-conselho-que-se-pode-dar-um.html

Ainda assim é bom que se corrija a sua frase, na parte em que ele de forma pouco rigorosa, mete no mesmo saco áreas cuja mediocridade é mais do que evidente e áreas cientificamente muito competitivas. As áreas que aparecem a vermelho na lista infra correspondem ao retrato feito pelo referido catedrático, já aquelas que aparecem realçadas a amarelo e a verde, que conseguem competir de igual para igual e nalguns casos até conseguem ultrapassar o desempenho das suas congéneres das melhores universidades Alemãs, só por distracção ou erro grosseiro se podem meter no mesmo saco https://pacheco-torgal.blogspot.com/2023/11/lista-das-areas-cientificas-portuguesas.htm 

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Report on Research and Innovation: An Enigmatic Mystery and a Compelling Doubt



Yesterday, the independent expert report titled 'Align, Act, Accelerate: Research, Technology, and Innovation to Boost European Competitiveness' was officially released. This comprehensive report outlines 12 strategic recommendations (detailed below) aimed at optimizing the future impact of EU Research and Innovation programs.  Drawing on evaluations from Horizon Europe and Horizon 2020, it calls for a transformative agenda to be implemented in the short term (2025-2027) and integrated into future EU support initiatives. 

1 - Create momentum through a whole-of-government approach, aligning a transformative research and innovation policy with the EU strategic agenda and recent high-level policy recommendations
2 - Make Europe globally competitive, secure, sustainable and resilient through a stronger Framework Programme.
3 - Deliver European added value through a portfolio focused on four main interrelated and interdependent “spheres” of action
4 - Establish an experimental unit to test new programmes, evaluation procedures and instruments
5 - Strengthen competitive excellence in Research and Innovation
6 - Stimulate industrial RD&I investment in Europe by creating an Industrial Competitiveness and Technology Council
7 - Address societal challenges more effectively by creating a Societal Challenges Council
8 - Foster an attractive and inclusive RD&I ecosystem in the EU
9 -  Drive radical simplification, user orientation and efficiency
10 - Unleash the power of demand by developing an innovation procurement programmes
11 - Adopt a nuanced, granular and purpose-driven approach to international cooperation
12 - Embrace dual use as inevitable by exploiting it both ways

The report critiques the slow pace of innovation, yet it overlooks crucial societal, cultural, and economic factors—such as market dynamics, education, and the collaboration between academia and industry—that drive significant paradigm shifts. Although it identifies systemic funding issues, its proposed solutions, which focus primarily on restructuring, fail to address the deeper cultural barriers hindering disruptive innovation. To truly support transformative research, the EU must implement more than just structural changes; it needs to fundamentally alter its perception of risk, tolerance for failure, and emphasis on speed.

However, it remains a mystery how European policymakers plan to establish their own equivalent of DARPA—or at least create an innovation agency inspired by DARPA’s model—when a significant portion of the European population tends to shy away from high-risk ventures. This presents a substantial challenge, especially in fostering a culture of innovation and technological breakthroughs that often rely on embracing uncertainty and bold experimentation. In this context, it's worth revisiting a thought-provoking article published in The Economist, where a Senior Project Manager at the Bertelsmann Foundation remarked, "Germans are averse to self-employment." https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/the-economistmigrants-are-likelier-than_23.html  

In the introduction to the second edition of a book I edited in 2020 (excerpt below), I examined the divergent approaches to startup failure in Germany and the United States, noting the comparatively harsher treatment in Germany. More recently, on January 7, I made a recommendation urging universities to significantly enhance and broaden their efforts in cultivating the essential and multifaceted skill of resilience, particularly in the context of overcoming failure.
"Matthias (2018) compared media reporting about failure of start-ups in Germany and the United States, noticing that US media reports more positively about failed start-ups, than the German media does. This is also confirmed by Gellman (2018), which may help to explain why in Germany entrepreneurship and disruptive innovation are consistently low, whereas the United States performs very well in these areas (Richter et al., 2018)"  https://shop.elsevier.com/books/start-up-creation/pacheco-torgal/978-0-12-819946-6

PS - Lastly, Europe faces a critical dilemma in shaping its future economic strategy, particularly regarding the perceived drivers of business success in the United States. Robert Reich of UC Berkeley asserts that America's business success is grounded in what he describes as a cutthroat, psychopathic "culture" where ruthless competition and self-interest frequently overshadow ethical considerations. This raises an essential question: Is Europe prepared to adopt a similarly ruthless business ethos in its quest for economic success?